Análise: The Walking Dead: No Time Left

Se já espreitaram os nossos jogos do ano podem ver que The Walking Dead ganhou o maior numero de prémios. Pode não ter ganho o prémio de melhor jogo do ano em si mas arrecadou uma boa quantidade. No Time Left é o fecho de uma história brilhantemente contada desde o primeiro episódio. Se já acompanham este jogo à algum tempo já conhecem a sua qualidade e depois deste ultimo episódio não ficam duvidas que The Walking Dead será lembrado nos próximos anos como o exemplo a seguir em como contar uma história. As personagens são brilhantes, Lee Everett é sem duvida uma das melhores personagens deste ano.

Depois do acontecimento trágico no final do ultimo episódio, Lee esforça-se ao máximo para salvar Clementine colocando a sua vida em risco. É o episódio mais pesado sentimentalmente, explorando ao máximo a relação entre Lee e Clementine. Todas as questões que foram ficando pendentes vão sendo respondidas e as nossas escolhas começam a pesar cada vez mais. Por vezes fica também a ideia que a escolha também não é realmente nossa, por muito que tentem há uma série de personagens que vão sempre morrer e o impacto das nossas decisões não é tão grande como seria de esperar no inicio do jogo. Mas isto não é propriamente um mau aspecto, Lee é apenas um homem e a realidade é mais ou menos assim, por muito que façamos o que é correcto nem sempre conseguimos salvar toda a gente.

Por esta altura já tinha perdido a esperança de ver grandes puzzles, Walking Dead habituo-nos a uma experiência relativamente simples, sem grandes percalços e este ultimo episódio é exactamente igual. Não existe um único puzzle digno desse nome, mas as sequência de acção são provavelmente as melhores da série. Não são propriamente difíceis mas são comuns e bem construídas. Obviamente não é pelas sequências de acção que devem jogar este jogo, senão ficariam bem melhor servidos com um qualquer FPS, é a história que nos fascina e nisso No Time Left é irrepreensível.

O trabalho posto em toda a história e na relação de Lee com Clementine é brilhante, raramente se encontra um jogo que consegue impor uma preocupação constante com o futuro das suas personagens como este e algo que me agradou foi o facto de a Telltale nos dar um encerramento digno desse nome. Não há pontas soltas para uma segunda temporada, apesar de existir muito mais para contar, simplesmente não há questões por responder sobre o que aconteceu durante a primeira temporada e isso é bastante importante.

No Time Left é a conclusão para um jogo que surpreendeu a industria pela sua qualidade, especialmente no que diz respeito à narrativa e a como contar uma história. Depois de jogos como Heavy Rain por exemplo que apostou tudo neste aspecto é interessante ver The Walking Dead aparecer e inesperadamente fazer tudo talvez melhor ainda sem nunca ter apontado tão alto. A Telltale acertou na formula, encontrou uma direcção artística que marcou o jogo desde o primeiro episódio e construiu uma narrativa que tornou a tarefa de abandonar o jogo a meio impossível.

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