Análise: Wonderbook: Livro de Feitiços

Já analisámos jogos de realidade aumentada aqui antes, muitos até, mas nenhum como Wonderbook, sem duvida um dos melhores a passar por aqui e dos melhores que joguei. Ele reúne uma série de tecnologias que permitem atingir uma experiência de jogo diferente. Devido às suas limitações jogar este tipo de jogos é normalmente uma tarefa trabalhosa que pouco divertimento oferece. Livro de Feitiços é completamente o oposto, é divertido e altamente imersivo. Definitivamente incrível para as crianças mas também para adultos.

Como já devem saber Livro de Feitiços é o primeiro jogo a utilizar o Wonderbook, mas mais virão. É definitivamente uma aposta segura. O mundo mágico de Harry Potter encaixa-se perfeitamente com as possibilidades oferecidas pelo Wonderbook. Os criadores parecem ter-se especializado em trabalhar com a mais recente tecnologia desenvolvida desde o EyeToy. Em Wonderbook várias tecnologias convergem, primeiro os códigos QR que estão espalhadas por todo o livro, semelhante aos cartões EyePet.

Os QR codes não são nada de novo, mas o que faz a diferença dos outros jogos que os usam é o caminho que tem sido dado ao suporte. O formato de livro simplifica muito a forma de jogar. Qualquer jogador, tenha jogado antes ou não, entende que o primeiro é a capa e em seguida deve percorrer as páginas. Entenda que se quer jogar a secção anterior é só voltar uma página.  Isso é totalmente engenhoso. A BBC afirmou que algumas das suas licenças podem tornar-se jogo Wonderbook. Por enquanto, já estão a desenvolver um com Walking with Dinosaurs, e até mesmo o Doctor Who pode acabar neste periférico.

Quem também conseguiu ver as possibilidades do Wonderbook foi JK Rowling, criadora de Harry Potter que aproveitou o lançamento do Move e do Wonderbook para realizar um projecto antigo, o de criar um livro com o feitiços do seu mundo, presente nos livros do feiticeiro.  Essa combinação resultou no Livro de Feitiços, o que mostra um aspecto diferente do mundo de Potter. O livro foi escrito por Miranda Goshawk uma bruxa que viveu 200 anos antes do nascimento de Harry, de modo que este não aparece no livro.

No início do jogo a câmara tira uma foto para representá-lo no jogo e dá-lhe uma varinha a escolher entre três diferentes. Ele também lhe dá a capacidade de se conectar com o Pottermore, o site que inclui tudo sobre o universo imaginado por Rowling. Na capa do livro escolhem qual o capítulo que querem jogar. Cada capítulo é dividido em duas partes, com duas passagens cada, e depois um exame final comum para os quatro feitiços que aprenderam. Cada capítulo segue uma estrutura semelhante, em que têm que dizer o nome da magia, fazer o gesto com a varinha, uma aula prática e um desafio com pontuação.

Se a forma de interagir com os antigos cartões com códigos QR é a chave para o sucesso, como interagir com o livro também tem muito a ver com o sucesso do Wonderbook. Mover a varinha para a parte do livro que brilha e puxando o gatilho desenha as letras. Para lançar um feitiço têm que fazer o gesto apropriado, segurando o botão Move. A vibração pequena indica que ativaram o feitiço. Ao longo do jogo podem mover a varinha para o ritmo que quiserem, que ele detecta qualquer movimento muito melhor se fizerem tudo lentamente. Depois de lançarem o feitiço podem agir de várias maneiras. Com o Wingardium Leviosa podem levitar pressionando o gatilho para levantar objectos por exemplo, sendo que cada feitiço tem um gesto diferente que têm que aprende.

Depois de passar cada capítulo podem ver algumas histórias interactivas apresentadas de forma bastante criativa. As aulas práticas são muito agradáveis, e algumas até intensas ou engraçado. Os exames finais sofrem mais altos e baixos, e muitas vezes são muito curtos. Teria sido óptimo ter a oportunidade de estar envolvido em várias missões no mundo de Harry Potter. Dragões, esfinges, duendes e muita da fauna e flora que cercam Hogwarts passa a fazer parte da sala onde estão sentados a jogar. Por vezes eles saem do livro para voar à vossa volta, enquanto que outras vezes o jogo abre um cenário mágico e coloca-nos lá. É muito emocionante ter que repelir o ataque de magos ou visitar um túmulo egípcio. Tudo isso considerando que o jogo é destinado a um público jovem, mas não é difícil conseguir gostar de Livro de Feitiços mesmo que sejam adultos, especialmente se forem fãs de Harry Potter.

Tal como todos os jogos de realidade aumentada há falhas, lançar um feitiço pode ser quebrados simplesmente por uma mudança da luz do quarto ou porque o câmara não conseguiu captar um movimento. Mas Wonderbook é no geral brilhante, o livro que aparece no ecrã é fascinante e quando trocam a pagina do livro o jogo responde rapidamente sem grandes falhas. Obviamente há alguns erros na imagem por exemplo na vossa mão quando o move passa a ser uma varinha, parecendo por vezes os primeiros vídeos que usam green screen.

Se há um periférico que pode ter sucesso é o Wonderbook, é um verdadeiro livro interactivo que traz universos literários para o nosso mundo e lhes dá vida. Livro de Feitiços demonstra com grande sucesso o caminho a seguir, apesar de haver ainda espaço para melhorar. Pessoalmente consigo ver este conceito a funcionar com uma imensidade de licenças, adorava ver Tolkien entre outros neste formato. Se pudesse fazer a comparação Spirit Camera para 3DS por exemplo que usa um conceito semelhante teria que dizer que Book os Spells é tudo o que Spirit Camera podia ser.

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