Análise: O Círculo

Com elenco como o de O Círculo é difícil ter uma máquina interpretação e realmente ninguém no filme fez um mau trabalho. Isso não garantiu no entanto que este convencê-se os críticos. A maioria não parece ter gostado do filme, realçando as ideias que se vão repetindo ao longo do filme e as boas ideias que acabam por não ir a lado nenhum.

No entanto deste vez a minha opinião não é assim tão negativa como a da maioria. O Círculo é um filme actual sobre o mundo que estamos neste momento a construir. O mundo das redes sociais e do poder que uma plataforma sendo pode ter, seja ela o Facebook ou a Google, à qual o filme é o livro que lhe deu origem parecem ter ido buscar mais inspiração. Com isto não quero dizer que não concorde em parte com as críticas. O filme é superficial e muitos dos temas abordados não parecem dar a lado nenhum.

Mae Holland , interpretada por Emma Watson, é uma jovem à procura de uma vida melhor. O seu trabalho no apoio ao cliente na companhia das águas não a motiva, e não parece integrada na empresa. Em casa tem que lidar com a doença do pai e parece sonhar em simplesmente sair dali, negando a possibilidade de relacionamento amoroso com Mercer, o rapaz simples da vizinhança, interpretado por Ellar Coltranew, conhecido por ter sido a personagem principal de Boyhood.

Assim que aparece a oportunidade para trabalhar na maior empresa do mundo, O Círculo, a sua vida muda. O seu trabalho de sonho torna-se realidade, apesar das funções serem exactamente as mesmas. É aqui que começam os dilemas colocados pela nossa sociedade actual.

Assim como a forma descontraída de trabalhar na Google já foi estudada e parece criar uma enorme pressão nos trabalhadores para retribuir o bom tratamento que recebem e vêem a empresa quase como uma casa, também o ambiente no Círculo funciona da mesma forma, com a empresa a providenciar um ambiente difícil de igualar. Mas aquilo que mais marca a empresa é a sua pressão em tornar os seus funcionários transparentes e socialmente mais activos.

Nos papéis secundários temos Tom Hanks, John Boyega e Patton Oswalt. Ambos podiam ter sido melhor aproveitados, especialmente John Boyega como Ty promete no início do filme um papel bem mais importante do que o impacto que acaba por ter em todo o filme é no seu final. Tom Hanks,Eammon, é o presidente da empresa e o principal responsável pelo rumo que está toma. Aproveitar a falta de privacidade que a empresa propõe para expiar a concorrência e ganhar vantagens políticas é a estratégia da empresa ew o ponto de ruptura entre Ty e Eammon.

Apesar de o filme ter uns poucos de fios narrativos, a história principal fala de transparência e de como a falta de privacidade iria reduzir o crime, principalmente a corrupção. Aquilo que fazemos porque ninguém está a ver é o que o filme diz provocar a maioria dos crimes. Depois de um acidente onde a personagem principal é salva pela presença de uma câmara, está decide ter consigo uma câmara em streaming permanente.

É neste momentos menos sérios e exagerados que O Círculo consegue estar melhor e consegue analisar os problemas de uma vida assim, ao mesmo tempo que captura o comportamento normal das personalidades do YouTube e daqueles que as seguem.

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