Análise: SOL: Exodus

Há quanto tempo não têm uma grande batalha espacial? Sim Starhawk tem algumas, mas há muito tempo que o género que começou com Star Wars deixou de ter jogos que mantivessem o gênero vivo e saudável. Logo, quando SOL: Exodus foi anunciado os fãs destes jogos começaram à procura dos joysticks em casa e preparam-se para uma boa oportunidade de lhes tirar o pó. Com promessas de revitalizar o género e com os olhos da industria atentos, será que a Seamless consegui manter as suas promessas e restituir um dos géneros de jogos mais populares dos primórdios da industria?

A receita era relativamente simples, misturar grafismo atual com um bom design e uma estória de ficção cientifica decente e uma jogabilidade ao nível do conceito. Pilotar uma nave espacial tem que ser espetacular, é o sonho de todos os fãs de ficção cientifica, é algo que enche as nossas mentes de sonhos e o próximo que podemos estar é dentro de um jogo, logo a jogabilidade deveria ser o mais importante. Infelizmente em grande parte destes aspectos os criadores chegaram apenas ao bom e apesar de feliz por ver um novo jogo do gênero, bom não o irá trazer de volta.

Depois de algumas horas em SOL: Exodus o sentimento que fica é principalmente desilusão, pois grande parte do que está mal com o jogo é apenas potencial mal aproveitado. A estória tinha potencial mas conseguiu ser arruinada com trabalhos de voz maus, o timing com que os diálogos aparecem é horrível e as cutscenes não têm grande qualidade também. Mesmo que a estória fosse um pouco melhor com estes defeitos a manterem-se seria impossível aproveita-la. A estória conta como a humanidade daqui a algumas centenas de anos tem que procurar um novo planeta habitável pois além da poluição ter deixado o nosso planeta praticamente inabitável, o nosso Sol está a morrer. Passados anos ainda não foi possível encontrar um novo planeta e é com a descoberta de um que começa Exodus. Quando finalmente a humanidade encontra um novo planeta, a nossa nave é atacada por um grupo que defende que a humanidade deve aceitar o seu destino e parar de procurar um novo planeta e a partir daí começa um caos praticamente imperceptível de narrativa. Como é possível com uma estória de fundo com tanto potencial conseguir arruinar o resto do jogo é algo que me deixa por um lado perplexo, mas principalmente desiludido.

Se por um lado a estória desaponta, o gráficos não são o seu ponto mais fraco. Sim são um pouco datados e às vezes exigem de mais do sistema, o que é uma relação difícil de compreender mas no geral são a sua melhor componente. Trata-se no fundo de um jogo de uma companhia de jogos indie, pelo que com um orçamento limitado até fizeram um bom trabalho neste aspecto. Os mapas estão normalmente recheados de destroços, tendo com plano de fundo um planeta e cidades espaciais. Os menus e layout não estão propriamente atuais, aproximando-se um pouco das antigas glorias do gênero.

 

Mas neste tipo de jogos aquilo que realmente faz a diferença é a jogabilidade. O jogo suporta três opções, rato/teclado, comando ou joystick. A pior é sem duvida utilizar um comando como o da Xbox 360, pois torna a nave bastante mais lenta e o combates tornam-se muito mais difíceis. Aquela que utilizei mais foi rato/teclado pois torna os combates muito mais fáceis, aproximando-se aquilo que encontraríamos num shooter. Infelizmente pouco mais há do que isto, do inicio ao fim do jogo os objetivos não variam muito mais do que combater para proteger a nave principal, tornando uma campanha super curta aborrecida.

 

SOL: Exodus tem ainda algumas opções de design difíceis de perceber como por exemplo os misseis serem completamente semelhantes à tecnologia que temos agora e até o “boosts” soar aquilo que encontramos agora, mas tudo o resto é futurista. As naves inimigas são também bastante futuristas, no entanto a nossa assemelha-se em tudo a um atual caça.

No geral SOL: Exodus não é mau, é até bom, o combate é decente, os gráficos também e até a estória tem um pano de fundo interessante, mas tudo isto tem um reverso que o impede de ser realmente BOM. Se por um lado o combate é decente, é sempre igual durante toda a campanha, os gráficos são bons mas os menus desinteressantes, a estória tem um bom pano de fundo mas o resto é mal contado e pouco profundo. Há ainda um bug com os checkpoints que por vezes entram em conflito com a altura em que morremos, acabando a opção retomar desde o ultimo checkpoint por ser inútil, colocando-nos exatamente no ponto a seguir a morrermos, sendo necessário recomeçar a missão. Apenas encontrei este problema um ou duas vezes, mas sem a opção parar gravar em qualquer altura fica a questão se o estúdio queria trazer o gênero de novo ao jogadores ao levar os jogadores até ao passado, o que tratando-se de um jogo futurista não faz muito sentido.

Share this post

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ComboCaster