Análise: Zeno Clash

Zeno Clash é o equivalente em forma de jogo a uma alucinação, no bom sentido. É como se fantasia se mistura-se com Steampunk e Cyberpunk. É uma gota de tecnologia futurista num universo pré-histórico. O estúdio por trás de Zeno Clash, ACE Team, é uma equipa de criadores do Chile que fez o seu propósito, criar uma sólida combinação entre um FPS e um beat’em up. Construído sobre o motor Source.

Como em qualquer beat’em-up têm algumas armas à disposição, mas nenhuma delas traz grandes vantagens. Nem sempre têm armas, além das sequências de atirador em que têm mesmo que disparar sobre alguém há muitas zonas em que resolvem tudo com um bom soco nos queixos. Mesmo a interface gráfica e o design enfatiza as sequências de luta corpo a corpo, por exemplo, antes de cada luta que começam por ver os combatentes numa ecrã muito parecido com os de Street Fighter IV.

Os elementos de tiro assim são usados ​​para adicionar um pouco de diversidade, mas a estrela do show ainda são as secções de beat’em’up. Os movimentos não são muito numerosos, mas a maneira que têm de usá-los nos níveis de dificuldade mais altos garante alguns minutos de adrenalina saudáveis.

O enredo não é muito longo, entre as 4 e 5 horas normalmente e, embora as excentricidades são bastante inovadoras e bem-vindas, há alguns obstáculos que Zeno Clash não consegue evitar. Algumas dessas falhas pode ser uma questão de gosto, e a maioria delas denotam a existência de limitação no orçamento e tempo de produção, o que na minha opinião absolve os produtores de alguma da culpa. Especialmente porque o design de Zeno Clash é brilhante e super criativo. Com a sequela é produção pode ser que com um melhor orçamento esse possa ser um verdadeiro clássico.

Apesar da curta duração, Zeno Clash tem muita variedade em design e jogabilidade começando com o deserto, onde têm que vencer um assassino. Os exteriores são predominantes, com soberbas paisagens. A inconsistência a nível de design é um pouco chata, com caminhadas em estradas lineares chatas e florestas pouco atmosféricas co-existem com um deserto repleto de criaturas gigantescas. Os personagens bizarros são modelados de forma quase surreal, e sua maioria é deformada, de uma forma ou de outra, enquanto o resto são híbridos entre humanos e animais diversos. O que é interessante é que os inimigos têm cada um tem seu próprio nome. Um papel. Uma identidade. Para ser justo, os tipos de inimigos são poucos em número, mas isso é praticamente standard nos FPSs.

Já que estamos a falar sobre os inimigos, nós temos os regulares e as versões mais fortes. Os inimigos normais podem ser desgastados por socos e pontapés, armas de todos os tipos, enquanto os mais fortes não são vulneráveis ​​a qualquer coisa.

As armas são bizarras interessantes. Parecem que foram tiradas de Mad Max. O resultado é muito interessante, concedendo-nos uma rifle, uma besta, metralhadoras, um lançador de granadas e caveiras explosivas, mas vale a pena lembrar que só vão ser capazes de usar uma arma quando for preciso, um soco bem colocado é o suficiente. Não há limitações de munição, mas essa vantagem é compensada não apenas pela dificuldade de lutar contra mais de um inimigo no momento com uma arma, mas pela exigência de recarga frequente também.

Zeno Clash é uma retórica sobre o tema do amor maternal-paternal , em que o protagonista fugiu depois de matar seu Pai-Mãe. No mundo Neander-futurista do jogo, nós somos Ghat, um dos descendentes numerosos pertencentes a uma criatura aparentemente assexuada, e a história começa alguns minutos depois que acabarem de a matar. Os níveis alternam entre tempo presente e flashbacks, explicando em ordem os motivos do herói. Em Zenozoik, o mundo do jogo, há uma luta psicológica entre a cidade civilizada e o mundo livre, povoada por Corwid, considerado pelos personagens pseudo-urbanas como sendo nada menos do insano.

Eu esperava mais da história, no entanto. Concedido, ele conseguiu construir a tensão e mistério, mas o final outros pormenores são pouco convincentes. As linhas de diálogo parecem muito artificiais e desajeitadas mas provavelmente este é um aspecto que necessita de custos de produção que a equipa simplesmente não tinha.

A música tal como a arte e design de Zeno Clash não sofreu muito com as dificuldades de orçamento, é dinâmica e exótica e adapta-se perfeitamente ao jogo. Usando o motor Source Zeno Clash pode já não ter um aspecto que consiga acompanhar o grafismo actual mas a arte consegue disfarçar. Novamente acho que com melhores recursos Zeno Clash 2 pode ser um jogo fantástico. Zeno Clash tem um universo que pode ser bastante explorado e que mostra que a equipa tem uma criatividade imensa. Obviamente Zeno Clash tem falhas, é um jogo com alguns anos já, no entanto é sem duvida um jogo que deveria ser jogado por todos.

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