Análise: Defender’s Quest: Valley of the Forgotten

Certos géneros mais do que os outros podem ser perdoados quando ignoram completamente a narrativa ou pondo-a tanto de lado que no fim esta acaba por ser apenas uma desculpa para justificar o gameplay e pouco mais. Os Tower Defense podem facilmente deixar a história de lado sem receber muitas queixas, desde que não sacrifiquem a jogabilidade, o porquê de estarmos em guerra não é muito importante se o resto for divertido, perguntem à Nintendo, Super Mário sobrevive com a mesma história à anos.

Defender’s Quest: Valley of the Forgotten faz um trabalho admirável a contar uma história que vale a pena. E se não interessarem por ela e estão a jogar  puramente pela mecânica de jogo de estratégia podem ficar descansados porque estas são tão competentes como jogos do género.

Depois de ter sido deixado para morrer num terreno invadido por uma praga terrível, acordam para encontrar-se no abismo. Apropriadamente, este é o lugar onde os infectados são enviados. Aqueles que não são imunes à doença, eventualmente, transformam-se em criaturas selvagens que caçam os vivos em grupo como uma colmeia liderada por um ser poderoso.

Estes animais atormentados não são facilmente combatidos, mas, felizmente, têm a capacidade de ir juntamente com aliados para um mundo a meio caminho entre este e o próximo onde os infectados podem ser mortos. Essa é a essência da história em Defender’s Quest, que é contada através do diálogo dentro e fora das lutas.

É uma configuração sólida, uma que ajuda a racionalizar muitas curiosidades deste género.  Em vez de torres como é tradicional nos Tower Defense, têm os membros da vossa party que podem colocar no mapa. Eles agem exactamente como seria de esperar de uma torre, mas fora das batalhas, é como se estiverem a jogar um RPG.

As personagens ganham experiência permanente que pode ser distribuída nas árvores de habilidades. Ao recrutar mais nas cidades, podem personalizar a aparência, e há armas e armaduras para comprar também. Isto é o máximo de complexidade que podem esperar. O resultado final é uma party de personagens que o jogador se liga e um forte incentivo para repetir os níveis  Isto pode ser um problema, uma vez que muitos jogador odeiam grinding mas pessoalmente não achei um ponto negativo.

Além da nossa party, que é composta de seis tipos distintos, são capazes de atacar os inimigos com feitiços. Um serve como uma bomba, outra incendeia os inimigos, e um terceiro, aumenta temporariamente o dano das nossas defesas. Este é um aspecto que acho bastante importante neste tipo de jogos, faz com que o jogador se sinta muito mais dentro da acção.

Na mesma nota, também é dada uma quantidade enorme de controle quando se trata da velocidade do jogo. Podem ter tudo em pausa, enquanto podem continuar a colocar unidades e melhorá-las, ou aumentar a velocidade  até 4 vezes.

As teclas de atalho são configuráveis e as conversas podem ser ignoradas. Podem até aumentar a taxa em que a experiência é ganha. Há cerca de 30 níveis para sobreviver, mas, na prática, é realmente muito mais do que isso. Pode voltar e tentar bater mapas com as dificuldades mais difíceis. Fazendo isso lança um grupo de inimigos mais fortes, mais variados mas que oferece maior XP e loot. Podem pensar no inicio que Defender’s Quest é relativamente curto, mas estão bastante enganados. Podem chegar ao final normal em cerca de cinco horas ou menos, mas completar tudo perfeito em todos os níveis demora mais de 12 horas. Há uma abundância de conteúdo opcional.

A dificuldade nunca chega a ser realmente frustrante, mas pode ser um desafio até descobrirem as colocações ideais para as vossas unidades. Se ficarem presos, podem voltar a um nível de dificuldade anterior para ganhar experiência. Defender’s Quest como muitos jogos indie não tem propriamente um grafismo muito apurado, mas não deixem que isso vos impeça de o jogar. A arte, especialmente a das cutscenes, é facilmente a pior parte da experiência. Felizmente o som adapta-se a estes visuais old-school.

Teria sido bom ter uma maior variedade em termos de localizações e inimigos. Itens mais significativos e a opção de voltar no tempo, para que não tenham que começar de novo e configurar tudo novamente teria também sido apreciado. Mas, realmente, estas são pequenas reclamações. Não é por acaso que Defender’s Quest é incrivelmente divertido de jogar. Os Tower Defense são normalmente todos relativamente parecidos, Defender’s Quest trás sangue novo e uma execução bastante competente.

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