Tal como prometido no final da análise do primeiro A Valley Without Wind, olhamos agora para a sequela. Trazido pelas mãos da Arcen Games, esta é segunda parte de uma aventura que começa no primeiro jogo. Felizmente os criadores fizeram questão de incluir os dois jogos quando comprarem o segundo na Steam, o que é óptimo, pois pelo preço de um, compram dois e podem ter a certeza que têm horas e horas de jogo pela frente.

A Valley Without Wind 2 destaca-se dos outros jogos de acção similares, por combinar uma série de lugares numa plataforma, com o que inicialmente parece ser um jogo de estratégia convencional com uma mecânica por turnos bastante “old-school”.Depois de escolher a personagem e a classe, a personagem conhece Demonaica. Demonaica é um feiticeiro demoníaco, que apresenta a forma tradicional do diabo e que controla um exército de monstros e alguns humanos, que tal como a personagem são “seduzidos” por este para espalhar a destruição pelo mundo.

Somos assim convidados por Demonaica para fazer parte do seu círculo de confiança, e esta entrega-nos como recompensa, um cristal que lhe concede a imortalidade, o Oblivion Crystal, para percorrer os caminhos da escuridão ao seu serviço e restaurar o mundo de A Valley Without Wind para a sua antiga glória.

Este cristal dá-nos o poder da invencibilidade e permite-nos levar a cabo toda uma campanha de destruição, assassinato e rituais sombrios.A nossa personagem no entanto não é maligna, tornando-se no líder do exército da resistência, que tentará resistir contra o avanço da escuridão, do medo e tentar resistir ao fim da humanidade. É aqui que A Valley Without Wind 2 se começa a destacar dos outros jogos de acção similares.

A Valley Without Wind não é um jogo fácil, consegue ser bastante cruel. Qualquer descuido pode significar um “game over” prematuro. Um movimento em falso durante as fases mais focadas na estratégia pode significar perder o jogo perto do 14º turno por exemplo.

No 14º turno Demonaica sai do castelo. O jogador deve ser capaz de analisar cuidadosamente todas as possibilidades de movimento e as respectivas consequências dessas acções. Caso alguma personagem se encontre com Demonaica, será destruído pelo elevado poder que este tem. Demonaica só se consegue mover 3 posições por turno, já no caso das personagens, podem mover-se em toda a área conquistada, já que alguns lugares não vão ser possível de conquistar.

Por isso, deve-se construir alguns edifícios, para poder abrandar e controlar as movimentações de Demonaica. Isto não torna a tarefa do jogador mais fácil já que há alguns lugares que só têm uma única passagem. Caso todos os elementos da Resistência morram irão perder o jogo.

É esta mecânica de acção e estratégia que faz de A Valley Without Wind 2 um bom jogo, uma evolução do conceito original que além de funcionar é original. Infelizmente a execução por vezes deixa um pouco a desejar. As sequências de acção não ficam sequer perto do standard actual e é isso que no fim prejudica demasiado A Valley Without Wind 2. Com valores de produção um pouco mais altos este poderia ser um jogo bastante interessante. Ao fim de algum tempo as áreas de acção começam-se a arrastar e o foco da diversão passa completamente pela componente de estratégia por turnos.

Graficamente continua com a inspiração do clássico 8bits Castlevania, tendo bastantes semelhanças neste aspecto também na jogabilidade do combate e efeitos visuais, que nos relembram bastante as sessões de jogo na antiga NES. Infelizmente o grafismo  parecem ter evoluído bastante pouco em relação aos jogos desse tempo. Há uma enorme evolução relativamente ao primeiro jogo, mas pessoalmente gostaria de ter visto um trabalho maior nesta área.

7/10

 

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