Ahhh Castlevania. Que dor de cabeça foste na NES. Mesmo que os inimigos normais não me matassem havia de ser um dos bosses criados pelo diabo em pessoa que o haviam de fazer. Mesmo depois de gerações a suavizar os jogos, Castlevania continua a ser um dos jogos mais difíceis por aí, nos jogos mais mainstream pelo menos. Além do combate existem ainda os puzzles desafiantes que começaram a marcar a série.
Castlevania: Lords of Shadow marcou além do regresso da série às consolas caseiras, um reboot da série. Com Lords of Shadow 2 quase a sair aparece na 3DS Mirror of Fate, um jogo que se coloca cronologicamente entre o primeiro e o segundo jogo. Produzido pela Mercury Steam Mirror of Fate não deve nada aos seus irmãos da PS3 e Xbox 360.
Os valores de produção são óptimos e o primeiro impacto é fantástico com Mirror of Fate a ser um dos jogos mais bonitos da 3DS e com um dos melhores efeitos 3D que já vi na consola, sendo mesmo sendo superior a alguns jogos da Nintendo que têm normalmente os melhores efeitos. Logo que comecei a jogar fiquei bastante impressionante com os efeitos visuais. O jogo começa numa zona escura com o céu a brilhar com uma tempestade. Os efeitos dos trovões são brilhantes e as sombras que provocam mostram bem que a 3DS é bastante capaz de grafismo muito bom.
Mirror of Fate volta às origens, contando com uma perspectiva 2D e com a presença de várias personagens dos jogos anteriores (antes mesmo do primeiro Lords of Shadow). A premissa continua a mesma de todos os Castlevania, a luta entre o clã Belmont e Drácula. Em Mirror of Fate irão controlar três personagens diferentes e uma quarta no prólogo. Cada personagem tem um acto em que é a personagem principal, apenas Gabriel tem um papel pequeno no Prólogo.
A história é em grande parte interessante mas um pouco previsível É contada através de cutscenes com uma boa arte Cel Shading e um óptimo trabalho de vozes. No geral tudo é competente mas inferior quando comparado aos restantes aspectos do jogo, como o grafismo e o gameplay.
Se o grafismo é do melhor que já vimos na 3DS, a jogabilidade é fantástica. Os combates são tão divertidos quanto desafiantes. Cada personagem trás algo de novo, o que trás também bastante variedade ao jogo. Além de terem de abordar os vários inimigos diferentes têm também que os abordar com personagens diferentes o que é óptimo.
Cada personagem tem armas e habilidades diferentes e cada inimigo tem também particularidades diferentes que obrigam o jogador a encontrar a melhor forma dos enfrentar. Além deste pequeno puzzle de cada inimigo (não é realmente um puzzle) há vários puzzles que têm que resolver durante a aventura.
Normalmente estes puzzles implicam apenas morrer alguns blocos de modo a prosseguir na aventura, mas podem ser algo desafiantes por vezes, sem nunca serem demasiado difíceis. Mas é o combate que realmente salta à vista. Apesar de haver uma boa quantidade de armas, todas elas são capazes de enormes combos e finalizadores. A arma principal é o clássico chicote dos vários jogos anteriores mas há variadas variações que dão muita variedade ao jogo.
Infelizmente por vezes durante a aventura vão encontrar algumas barreiras que só podem ultrapassar quando desbloquearem um certo equipamento. Tudo isto infelizmente obriga muitas vezes o jogador a voltar atrás. Mesmo que existam portais que facilitam a tarefa, na realidade esta é uma mecânica que detesto pessoalmente.
Este aspecto afecta mais aqueles que queiram explorar tudo o que existe no jogo do que aqueles que apenas queiram chegar ao fim da aventura, mas não deixa de ser uma forma um pouco artificial de aumentar a longevidade do jogo.
Mirror of Fate é no geral um óptimo jogo. Ser mais de introdução para Lords of Shadow 2 do que para outra coisa, portanto se estão a pensar comprar o jogo esta é uma óptima forma de esperar. O sistema de combate é optimo e o grafismo do melhor que a 3DS tem para oferecer. A história pode ser um pouco previsível mas pelo menos têm alguns bosses memoráveis O pior aspecto acaba por ser o backtracking, mas o combate é divertido o suficiente para aguentarem esse problema.