Análise: FEZ

 

FEZ é um jogo indie da Polytron Corporation. É um jogo de plataformas com os habituais puzzles mas sem qualquer ênfase em combates. Não há alias qualquer tipo de violência no jogo, havendo quem compare a experiência de jogar FEZ com um passeio relaxante num mundo fantástico, no entanto não partilho dessa ideia pois FEZ fez-me puxar pela cabeça, algo que nenhum passeio o fez até hoje.

Apesar da sua grande qualidade e boa recepção FEZ sofreu de alguns problemas na Xbox que marcaram o jogo pela negativa e a demora de um patch devido aos valores pedidos pela Microsoft foram um tema quente durante uns tempos. Terão estes problemas ficado para trás nesta nova versão ou além da qualidade receberá o PC uma versão com os mesmos problemas?

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Não vou mentir, o meu primeiro impacto com FEZ não foi óptimo, pois o jogo crashou logo no inicio, obrigando-me a recomeçar tudo de novo. Felizmente foi logo no inicio e perdi apenas dois ou três minutos de jogo, mas este era um problema comum na Xbox 360 e que levou muitos jogadores a perderem horas e horas de jogo.

FEZ é um verdadeiro tributo aos jogos. Não ao estado da industria actual em que se procura o lucro fácil  mas a um tempo mais simples do auge dos jogos nos anos 80. A história é relativamente simples mas com toda a elegância da era 8 bits. O primeiro olhar em FEZ é maravilhoso. A pixel art é fantástica e cheia de pormenor, não me lembro realmente de um jogo com este tipo de grafismo que seja tão belo e tão brilhantemente animado como FEZ.

Todos aqueles pormenores que dão vida aos cenários dos jogos actuais estão aqui presentes em 2D. Há sempre uma cobra ou um caracol a dar alguma dinâmica ao cenário. Por muitos elementos 3D que existam em FEZ todo o jogo é 2D e é isso que o torna tão belo. Gomez é também uma personagem cheia de carisma e facilmente distinguível de todas as outras personagens pixelizadas que conhecemos, especialmente graças ao seu chapéu.

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Todos os cenários são únicos e na realidade bastante misteriosos. FEZ tem uma mística única e os cenários variam bastante, são coloridos e há elementos de antigas civilizações que dão a ideia de uma história e mundo maior por trás de FEZ. É verdadeiramente um mundo maravilhoso. Alguns cenários conseguem ser até assustadores, com óptimos efeitos de luzes. Lembro-me por exemplo de um bastante escuro com relâmpagos que mostravam plataformas escondidas, sendo preciso esperar pelo relâmpago para saber por onde ir.

Tudo estava bem até Gomez, a nossa personagem, receber uma carta para encontrar uma certa personagem idosa no topo da cidade. Quando lá chega esta personagem começa com um diálogo que faz pouco sentido e depois tudo se transforma. O mundo 2D de Gomez é na verdade 3D e somos introduzidos à mecânica principal de FEZ, a mudança de perspectivas.

Tal como referi no inicio desta análise FEZ não conta com combates ou qualquer violência. Apenas podem morrer por quedas e mesmo assim vão apenas reaparecer perto de onde caíram. Não é assim que FEZ funciona e criar frustração não é realmente a intenção do seu criador.


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Gomez pode mudar a perspectiva do cenário e assim aceder a plataformas que estavam inacessíveis por exemplo. Este aspecto relembra um pouco de Echochrome da PSP, mas de uma forma bastante mais divertida. Os puzzles envolvem normalmente apenas esta simples mecânica mas conseguem ser bastante complexos. Por vezes por exemplo têm que rodar a perspectiva do mundo ao mesmo tempo que fixam alguns objectos para os alinhar a todos numa certa posição de forma a avançar, mas normalmente têm apenas que encontrar a perspectiva que vos permite saltar entre plataformas.

O restante de FEZ é exploração e esta é faceta principal de FEZ pois o importante e essencial para prosseguir no jogo é encontrar todas as partes do cubo principal. Vão ter que encontrar um certo numero de cubos para abrir certas portas que abrem novas áreas, sendo necessário resolver alguns puzzles pelo caminho para descobrir certas partes de um cubo. Nem sempre a solução é óbvia e facilmente passamos à frente por uma das portas existentes em cada zona.

Uma mecânica tão simples facilmente se torna complexa e o mapa do mundo pode assustar um pouco devido à sua escala e complexidade, mas assim que aprenderem a interpreta-lo tudo parece um pouco mais simples. Não vou dizer que todos os jogadores irão gostar de FEZ. A falta de acção pode não agradar realmente a todos os jogadores. Pessoalmente custa-me um pouco pois FEZ é um jogo soberbo e todos os jogadores independentemente dos seus gostos deviam dar uma chance a este jogo.

 

 

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