Lembram-se de Sword of the Stars? Um complexo jogo de estratégia espacial, um dos melhores do género. Se pensam que a série está de volta, vão ter uma surpresa. Apesar do universo ser o mesmo, The Pit é um jogo completamente diferente, sendo a única semelhança a de que existe uma nave. Aqui controlam apenas uma personagem, com o objectivo de sobreviver o até ao fim, contra tudo e contra todos.
Na realidade estava à espera de algo mais próximo com a formula do original e não um jogo que pouco mais vai buscar do que o nome ao original, mas no fundo acabei por ter uma alegre surpresa. Existem muitas semelhantes entre Sword of the Stars: The Pit e jogos como FTL ou The Binding of Isaac, portanto se leram a nossa análise ao FTL ou jogaram já sabem o que podem esperar.
A história fala de uma doença no planeta Arbuda IV. Uma espécie de lar de idosos dos soldados, para onde eles vão depois de se reformarem. Não existe cura para a doença, ou pelo menos nenhuma disponível rapidamente, sendo necessária a ajuda do jogador para a encontrar. Podem escolher entre três classes, Marine, Engineer ou Scout e tal como o nome indica vão ter que chegar ao fim do “Pit”, o fosso, para encontrar a cura.
O fosso é povoado por inimigos gerados aleatoriamente, assim como o desenho do fosso e cada classe tem obviamente uma série de particularidades diferentes. Com bastantes elementos de RPG vão poder distribuir uma boa quantidade de pontos de habilidade e há uma boa variedade nas possibilidades de customização, assim como nos níveis de dificuldade que vão desde bastante fáceis até quase impossíveis.
Um dos aspectos mais originais do jogo é o uso do fogo de guerra, “fog of war” que além de impedir o jogador de ver as ameaças que o esperam, deixam-no susceptível de ser atacado pelas costas, onde não consegue realmente ver nada. É comum ser atacado pelas costas quando apenas nos queremos preocupar com o que vem à frente. Além de inteligente, é original pois não é algo que tenha realmente visto a ser utilizado neste tipo de jogos.
A jogabilidade é simples, utilizando o tradicional WASD para o movimento da personagem, que é bastante rápido e fluido. Os inimigos podem-se mover as mesmas casas que o jogador, apenas uma de cada vez e cada acção requer um turno, seja ela o que for. Tudo depende da vossa capacidade estratégica para saberem quando atacar, ou usar um item defensivo ou por exemplo esperar um pouco antes de atacar para que os inimigos se juntem e possam utilizar uma arma que dê dano em mais do que um inimigo.
Para aumentar mais a dificuldade a morte é permanente. Além disso não vale realmente a pena gravar frequentemente pois mesmo que gravem, o save é apagado assim que perdem, torna o esforço inútil. Escusam também de pensar que a morte é permanente, mas rara, porque estão bastante enganados. Além de permanente é bastante comum e normalmente somos apanhados de surpresa quando já pouco podemos fazer.
Como se os inimigos não fossem o suficiente para nos tornar a vida um inferno, há ainda inúmeras armadilhas que são activadas simplesmente por as pisarem ou por entrarem numa certa porta. Felizmente as armadilhas estão marcadas por uma cor. Infelizmente têm que primeiro aprender as que são realmente armadilhas ou as que nos dão bónus. Apenas com treino podem diferenciar as duas.
A quantidade de conteúdo, especialmente itens é enorme para um jogo deste valor. Há várias armas, modificações para o armamento, itens médicos ou comida. Alguns destes itens funcionam da mesma forma que as armadilhas, servindo-se de uma cor para nos mostrar se são benéficos ou não. Infelizmente apenas com tentativas é que vão aprendendo quais são quais.
Visualmente Sword of the Stars: The Pit assemelha-se em tudo a um jogo indie de baixo orçamento. Como sempre digo neste tipo de jogos, não é um mau grafismo, especialmente se gostam do estilo, mas não se compara com um jogo de bom orçamento neste aspecto. Em termos de som acaba por ser ainda um pouco inferior, não existindo realmente uma musica de fundo que nos motive e os efeitos especiais são limitados.
No geral Sword of the Stars: The Pit é um bom jogo, no entanto não corre grandes riscos. O uso do “fog of war” é inteligente mas fora isso não existe realmente algo que o destaque da concorrência. Apesar de não ser realmente inovador, não de ser um óptimo jogo, competente em tudo o que tenta ser e bastante divertido e desafiante.