Paranautical Activity é o novo jogo da produtora indie Code Avarice. É um Roguelike que também é um Fps e que combina elementos Rpg, tudo isto em Voxels, ou seja, o mundo de jogo é tal e qual o que jogos como Minecraft tornaram tão conhecido e apreciado, em blocos. Será Paranautical activity mais uma cópia deste modelo de jogo tão popular nos dias de hoje? Eu acho que não.
Minecraft tornou conhecido o charmoso mundo 3D em blocos, muito retro, que mais fazem lembrar Legos. Este estilo é chamado Voxel, e depois de Minecraft deu-se uma espécie de boom na indústria dos videojogos, especialmente indie, em que cada vez mais se vê jogos a ser produzidos com este método. Serão todos eles tentativas do mesmo sucesso que Minecraft conseguiu só por usar este estilo? É a principal questão que coloquei a primeira vez que vi Paranautical Activity, mas depois que joguei os primeiros jogos, vi que não podia estar mais enganado. A escolha deste estilo é somente artística, nem é sinónimo de cópia ou plágio de outros jogos; da mesma forma que muitos jogos foram feitos com cellshading por exemplo, hoje em dia, é cada vez mais normal vermos jogos em Voxels, pelo seu charme e estilo retro, e também porque torna os requisitos mínimos muito baixos, ou seja, qualquer máquina corre este tipo de jogos.
Paranautical activity é muito simples de facto. Assim que passamos o ecrã principal só temos que escolher uma de cinco armas iniciais e a nossa missão é simplesmente sobreviver e chegar o mais longe possível. O jogo é dividido por níveis, cada nível tem vários compartimentos, cada um com os mais diversos e bizarros inimigos e finaliza com o compartimento do Boss, que temos que matar para poder apanhar o elevador e passar ao nível seguinte. Parece facílimo, mas na realidade Paranautical Activity de fácil não tem nada. Aqui não há duas oportunidades, tutoriais, checkpoints ou pontos para gravar o progresso, e daí este jogo ser um roquelike pois é tão difícil que acredito só o jogador mais masoquista aguentará jogar mais de duas horas seguidas sem ficar à beira de um ataque de nervos, sendo que a única forma de termos alguma (pouca) segurança é mesmo nas lojas.
Em cada nível, para além do Boss há também uma loja, em que cada uma contém 3 items aleatórios, podendo estes variar entre powerups como duplo salto, armas ou boosters de vida, os items podem ser comprados com as moedas que os inimigos deixam ao ser chacinados. Tudo isto não ajuda muito, uma vez que para além dos níveis serem aleatórios cada vez que jogamos, também os items nas lojas, e uma vez que não há tutoriais, muitos dos powerups que estão à venda nós não fazemos ideia do que fazem, mas ainda não fica por aqui. Neste jogo não há “vidas”, é só uma, tal como acontece em jogos como Binding of Isaac, pois podemos ter bastantes powerups e estar a jogar à duas horas sem morrer, mas se tal acontece, começaremos sem nada, da estaca zero.
Apesar de penosamente dificil, são estas mesmas características que tornam Paranautical Activity viciante, e uma experiência nova cada vez que jogas, lutas com inimigos que variam de baleias gigantes até esqueletos do tamanho de uma sala inteira, tudo isto com uma jogabilidade fps, muito ao estilo de Doom, ou Quake, em que movimentos, saltos e reflexos rápidos fazem parte do manual de sobrevivência. Para complementar, a soundtrack é toda ela composta por musica eletrónica rápida como drum’n’bass e hardstyle.
Paranautical Activity não é para aqueles que estão à procura de um jogo casual, é uma experiência difícil, para os mais resilientes, mas quem tiver coragem de se aventurar a tentar chegar o mais longe possível, oferece um grande desafio e é muito viciante. Tem uns gráficos muito retro, corre em qualquer máquina e acima de tudo é um jogo que ainda está em constante actualização, com novas armas, items e cooperação online a serem já anunciados para um update futuro. Por um preço reduzido, Paranautical Activity é um jogo muito acelerado, extremamente viciante e é um desafio que vale bem a pena experimentar.