Análise: Card City Nights

A arte do jogo baseia-se nos jogos anteriores do estúdio, mais propriamente em Ittle Dew, um jogo que até analisámos aqui no Combo Caster. Normalmente os jogos de cartas tentam ir pelos visuais de fantasia, bastante negros. Isto é verdade se não jogarmos jogos de cartas reais, pois jogos como Fluxx têm também um tom bastante cómico. Para um jogo baseado em cartas, existem algumas personagens interessantes e locais variados. Este não é o foco do jogo, portanto é bom ver que foi tido algum cuidado neste aspecto.

A jogabilidade é explicada no tutorial no inicio do jogo de forma bastante satisfatória. O sistema é simples, mas consegue proporcionar alguma liberdade estratégica e ser desafiante, apesar de a IA precisar de alguns melhoramentos. Cada carta contem entre zero e dois símbolos e entre zero e nove setas, sendo o objectivo principal do jogo ligar cartas no tabuleiro 3×3 do jogo para criar combinações de símbolos. Em teoria quanto mais o numero de cartas melhor e maior será o ataque.

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Podemos atacar diretamente o jogador e tentar assim acabar o mais rapidamente possível com ele, ou atacar uma carta. Caso ataquem uma carta, esta irá ficar bloqueada no tabuleiro e assim impedir que o jogador adversário consiga ligar cartas. Existe forma de “destrancar” essa carta, mas uma carta neste estado pode realmente acabar com o jogo.

É no equilíbrio entre as duas estratégias que se deve apostar e assim manter o adversário em cheque e ir-lhe reduzindo a vida. As cartas disponíveis possibilitam uma boa dose de estratégias, havendo cartas com vários efeitos interessantes e muitas possibilidades na construção de decks. Existe no entanto um problema de equilíbrio, pois um deck mais ofensivo tem tendência a ser bem mais eficaz. Se basearem o vosso deck em cartas que apontam para a vida do adversário irão ter bem mais facilidade do que com decks que tentam desativar cartas ou são demasiado defensivos.

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Por vezes senti também que iria ser impossível ultrapassar um determinado adversário até ter algumas cartas melhores. Esta forma de bloqueio escondido é um sistema que tenho pena que exista em Card City Nights, pois é um grind escondido que não devia existir aqui. À medida que vamos ganhando “batalhas” vamos ganhando boosters de cinco cartas, assim como moedas que podemos gastar em mais cartas. Infelizmente apenas podemos comprar cartas que já nos tenham calhado em boosters, o que as torna quase inúteis. Depois de desbloquearem o “science lab” vão poder também combinar cartas para criar novas.

Infelizmente esta opção não está bem implementada. Por um lado aparece demasiado tarde no jogo e por outro as cartas que recebemos não são impressionantes. Uma opção mais viável são as cartas lendárias. Estas são recebidas ao derrotar bosses e apenas podemos ter uma delas no deck, sendo o aspecto central na construção do deck no final do jogo. Cada deck tem que ter no mínimo vinte cinco cartas, podendo ter cinco cópias da mesma carta caso seja comum, três se for incomum e apenas uma se for rara. A interface é intuitiva mas podia ser um pouco melhor trabalhada. Nunca sentir grande dificuldade em encontrar o que queria, mas também nunca fiquei impressionado.

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