Isto dá ao jogo um visual semelhante ao stop-motion bastante utilizado no cinema. O jogador toma o papel de Pamplemousse, um detective privado, contratado para investigar o desaparecimento de um cantor. A história é interessante e consegue abordar bastantes temas atuais. Infelizmente no que toca às mecânicas de jogo em si, não é um jogo muito complexo. Temos diálogos e três puzzles e pouco mais. Conteúdo não é realmente o seu forte. A originalidade não se fica pelos visuais. Dominique Pamplemousse é também um musical.
Cada área tem uma banda sonora que lembra cabaret e depois partes do diálogo são cantadas em vez de lidas. Infelizmente nem todas as personagens parecem saber cantar, pois algumas estão alguns tons acima ou abaixo do que deviam. O melhor aspecto de Dominique Pamplemousse é a coerência. Nada entra em contraste com nada. Em alguns jogos temos o problema de os visuais não estarem de acordo com a história ou personagens, ou até a música, mas aqui tudo está de acordo e esse é talvez o melhor aspecto do jogo.
O jogo tem uma mensagem, ensina-nos a não julgar e saltar para conclusões, mas sim fazer perguntas e tentar compreender e é relativamente bem sucedido a faze-lo. Mas um jogo com uma identidade tão forte não pode agradar a todos. Mesmo aqueles que gostem dos visuais e do género aventura point and click podem não se identificar com o universo e história, mesmo que não sejam preconceituosos.
O facto de ser criado por uma só pessoa é interessante, pois basicamente cria uma ligação entre criador, obra e jogador que dificilmente irá existir em jogos que são resultado de uma equipa. Aqui tudo foi imaginado por uma pessoa, é o seu trabalho e certamente parte da sua alma e pessoalmente acho bastante interessante essa ligação que aparece tantas vezes na música e no cinema mas que nos videojogos quase não existe. Mas mesmo sendo um jogo interessante, é curto e falha bastante enquanto jogo. Praticamente não existe desafio.