A fórmula não mudou em nada desde que foi usada tão brilhantemente em The Walking Dead. A história de Game of Thrones é original, no entanto podemos facilmente encontrar semelhanças entre as novas personagens apresentadas neste jogo e os Stark da série televisiva. Em parte já em The Walking Dead se podia ver algumas semelhanças, mas aqui começa-se a notar um padrão nas adaptações televisivas da Telltale, criar novas personagens tendo por base as que já existem nas séries.
A Telltale teve liberdade para usar tanto a série como os livros para criar a sua história e apesar de poder usar a parecença dos atores da série foi aos livros que foram buscar a ideia principal. No jogo encontramos personagens importantes da série como Cercei e Tyrion Lannister e Margaery Tyrell, mas as personagens pertencem a uma pequena família referida apenas uma vez nos livros, os Forrester.
Como os livros praticamente não falam dos Forrester e não existem na série, o jogo da Telltale apesar de não ser canon não entra em conflito com nenhum dos media anteriores. A história encontra-se no final da terceira temporada e antes da quinta, com o inicio a história a ocorrer durante o casamento vermelho. Ao seguir uma casa desconhecida e tendo uma história separada, o jogo torna-se acessível mesmo a quem nunca leu nenhum livro ou assiste à série. No entanto não vejo muita razão para o fazerem se não forem fãs.
A Telltale inspirou-se na forma de R.R. Martin de contar a sua história, seguindo várias personagens ao mesmo tempo. Começamos por controlar Gared Tuttle, escudeiro do Lorde Forrester, passando depois para a sua filha Mira e filho Ethan. O principal problema destas personagens é facto de serem versões pobres das personagens Stark da série. Os seus problemas são os mesmos e os momentos chave do primeiro episódio são demasiado semelhantes com outros já vistos na série.
As vozes são das menos impressionantes de que me lembro nos jogos da Telltale, apesar de os atores convidados fazerem um bom trabalho. Graficamente então é uma desilusão. A minha interpretação é a de que a Telltale tentou um aspeto de pintura pastel, tentando fugir do aspeto cartoon dos jogos anteriores tentando algum realismo desta vez, até porque teria de recriar atores reais. Mas o resultado final não tem bom aspeto, ficando a meio caminho entre cartoon e realismo sem nunca parecer um quadro pintado sem ser nos cenários. O pior acabam por ser as animações das personagens, cheias de pequenas imperfeições. No fundo este primeiro episódio parece todo ele demasiado datado a nível visual.
Felizmente há alguns aspetos a favor. A escrita do jogo é realmente muito boa e as escolha que fazemos são interessantes e levantam algumas questões morais. Falta perceber até que ponto estas irão alterar alguma coisa no final, pois no primeiro jogo do género, The Walking Dead, no final todas as questões e escolhas tornavam-se irrelevantes pois a história iria ser a mesma independentemente do que o jogador fizesse.