Análise: The Weaponographist

O conceito de um roguelike tem evoluído ao longo dos anos, normalmente sendo diluído dentro de outros géneros. The Weaponographist é tanto roguelike como dungeon crawler ou um brawler. É também isso que o torna tão bom. Muitos jogos tentam reunir vários géneros sem nunca se perceber realmente aquilo que querem ser, no entanto, The Weaponographist consegue fazer isso da forma correta. Ao não se comprometer com nenhum dos géneros consegue não ficar preso nas suas limitações.

Tal como o nome do jogo leva a crer, a quantidade de armas no jogo é enorme. A nossa personagem é um tal de Doug McGrave, um caçador de demónios lendário que se recusa a ajudar uma pequena cidade pois estes não têm dinheiro para lhe pagar. Por essa razão é amaldiçoado por uma bruxa que lhe rouba todas as armas. Para as recuperar tem que sobreviver a vários níveis recheados de monstros de todas as formas e feitios.

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Todos os inimigos, ou quase todos, largam armas quando mortos. Podemos apanhar uma para usar que se vai gastando conforme a vamos utilizando. Esta mecânica faz com que não exista a normal aleatoriedade dos jogos roguelike e o excesso de procura de loot e grind dos dungeon crawlers. Isto em parte reduz a dificuldade do jogo e simplifica-o, eliminando níveis por exemplo.

Este é apenas um dos fatores que o tornam longe de ser um roguelike. Uma run não começa obrigatoriamente no inicio do jogo, existindo checkpoints, normalmente localizados antes de um boss, em que podemos guardar o jogo e aos quais podemos regressar até três vezes, após as quais teremos que regressar ao início da zona. Isso mesmo. Mesmo quando perdemos e já não podemos regressar ao checkpoint, apenas temos que voltar ao início da zona correspondente.

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Antes da zona de combate temos um pequeno povoado onde podemos melhorar as armas, feitiços e outros atributos como a vida máxima, a quantidade de drops de vida por exemplo ou diminuir a quantidade do nosso boosts de ataque que perdemos quando somos atingidos.

A jogabilidade é muito simples e quem já jogou jogos como The Binding of Isaac vai reconhecer muitas das mecânicas de jogo. O ecrã de jogo é muito semelhante, excepto o facto de não existir realmente um mapa ou percurso como no jogo que referi. Aqui sempre que limpamos uma zona apenas uma das portas se abre, o que nos leva para outra zona. Basicamente The Weaponographist funciona como um simple jogo de hordas de inimigos mascarado.

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A restante jogabilidade é também semelhante. WASD para mover a personagem e as teclas direcionais para atacar e espaço para o ataque especial. A diferença relativamente a outros jogos do género é a falta de aleatoriedade. Aqui podemos sempre contar com que armas vamos receber e mesmo que apenas as possamos utilizar durante um bocado, podemos apanhar uma arma qualquer a seguir e até escolher a que melhor nos convém das que estão no chão, havendo sempre fartura. Até os ataques especiais estão bem espalhados e é comum apanhar uns poucos na mesma zona.

Enquanto maior parte dos jogos do género penaliza demasiado a morte, aqui é quase bem acolhida. O progresso que se perde nunca é muito e normalmente acaba por beneficiar o jogador que consegue investir em mais alguns upgrades que são sempre bem vindos.

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Graficamente é também uma agradável surpresa, sendo muito colorido e bastante diversificado em ambientes e inimigos. Todas as zonas vão adicionando novos inimigos, assim como as áreas de cada zona o vão fazendo sendo muita a diversidade. Os monstros são também muito pouco tradicionais, indo desde cavaleiros sem cabeça até palhaços com um pogostick e isso reflete depois também nas armas. Temos as tradicionais espadas e lanças, mas depois temos uma tuba como ataque especial ou uma metralhadora para ataque à distancia.

Todos os inimigos além de diversificados em aspeto são também diferentes nas suas rotinas e padrões de ataque. Enquanto que os cavaleiros sem cabeça avançam simplesmente contra o jogador, os pequenos goblins vermelhos atacam de repente com as suas lanças e retiram-se para uma nova investida e os leões domadores dão um mortal e atacam com o seu chicote. Parte da diversão do jogo vem de decorar todos estes padrões.

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