Análise Batman -The Telltale Series: Episode One – Realm of Shadows

A Telltale tem conseguido praticamente sozinha manter o género aventura vivo. Sim existem outros bons jogos do género de outras empresas como a Daedalic, mas a Telltale faz algo diferente e que vende. Mantendo a mesma fórmula dos jogos anteriores, desta vez é Batman a levar o tratamento Telltale.

Já por aqui passaram muitos dos jogos do estúdio, alguns melhores que outros, mas geral todos ofereciam uma boa história. O principal problema deste género que a Telltale quase inventou sozinha é que para que funcionasse exactamente como os jogadores querem, seria preciso um orçamento bem superior. Tal como os jogos baseados em Game of Thrones ou The Walking Dead lançados anteriormente, este Batman é um jogo de aventura ainda com algumas ideias de point and click mas bastante diluído de interactividade. O principal atractivo destes jogos são as ramificações das nossas acções que têm consequências na história e relações das personagens.

Mas para que todas as acções poderem ter impacto na história seria preciso criar demasiadas ramificações. Portanto, aquilo que a Telltale faz é juntar algumas ramificações ao fim de algum tempo. Mas se o jogador esquecer esta limitação, todos os jogos da empresa oferecem uma história fantástica e adaptações de universos e personagens conhecidas de grande qualidade.

Apesar de admitir que se trate ainda do mesmo motor de jogo, a primeira coisa que notei em Batman foi a melhoria visual relativamente ao último jogo da Telltale que tinha jogado antes, Game of Thrones. Enquanto que este tinha falhado redondamente em termos visuais, com demasiados artefactos visuais e uma direcção artística baseada talvez num aspecto de quadro em pastel, o resultado final era feio. O mesmo se podia dizer sobre algumas personagens que simplesmente tinham um aspecto estranho.

Em Batman, a Telltale voltou novamente a acertar ma formula certa. Com visuais perto de uma banda desenhada novamente, mas acima de tudo bem definidos. Enquanto que ultimamente todas as linhas pareciam uma desgraça indefinida, em Batman há uma renovada atenção ao detalhe, com vários locais de Gotham a aparecerem e facilmente reconhecíveis como a Mansão Wayne e a Batcave. O estilo banda desenhada além de assentar que nem uma luva a Batman, a qualidade visual é tão superior à de Game of Thrones que poderia passar quase por um novo motor de jogo.

Neste primeiro episódio encontramos Bruce Wayne, que por raras vezes neste jogo é também Batman, em plena campanha com Harvey Dent. Enquanto luta pelas pessoas de Gotham começam a surgir noticias que ligam a família Wayne a Falcone, chefe da máfia, que acaba por ser o principal vilão deste primeiro episódio. Esta não é de todo uma história de origem para Batman, mas quase que funciona como uma. As referências à morte dos pais são muitas e têm uma importância central ao primeiro episódio e talvez a toda a primeira temporada.

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Enquanto que maior parte dos jogos da Telltale já não contém qualquer tipo de puzzle, em Batman os puzzles existem, apesar de serem bastante simples. Bruce e Batman têm de fazer algum trabalho de detective e o jogador tem que juntar elementos do cenário para o fazer. Isto limita-se a arrastar um elemento do cenário até outro e dizer que estão ligados entre si, mas além de ser bom de ver trabalho de investigação num jogo de Batman recebo de bom grado alguns puzzles neste tipo de género. Numa das secções deste primeiro episódio por exemplo, temos que analisar um edifício e os inimigos que aí estão para encontrar a melhor forma de abordar o confronto. Tudo bem que Batman no geral tem que ser abordado como uma personagem de acção e a serie Arkham fê-lo exemplarmente, mas Batman é também um detective e esta interpretação é eximia nesse aspecto.

Falta saber como irão ser os restantes episódios e como se desenrola esta temporada.

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