Análise: Battle Chasers: Nightwar

Battle Chasers Nightwar é um RPG por turnos da Airship Syndicate e que se tornou desde o lançamento da demo um dos jogos mais promissores do género dos últimos tempos e talvez até o jogo que mais entusiasmado me deixou pelo lançamento. Finalmente esse dia chegou e o resultado é exactamente o que estava a espera.

O jogo começa com a introdução às nossas personagens, cada uma tem a sua função no jogo mas também um passado que o jogo apenas introduz e depois vai subtilmente referindo durante a história. A primeira cutscenes coloca as nossas personagens numa nave que é atacada por piratas ou bandidos, sendo a nave destruída e o grupo a ficar separado. Começamos apenas por controlar uma personagem, a Gully que funciona com um híbrido de dano médio com habilidades de proteção. Logo ao lado e antes até de qualquer combate encontramos, Calibretto uma máquina antiga que mistura alto dano com habilidades de cura e por fim, ainda na primeira hora de jogo encontramos Garrison, um paladino que irá ser a personagem que inflige mais dano nesta fase.

Aquilo que salta à vista mal o jogo começa é a sua arte e aspecto visual geral e isso não é de todo coincidência. Battle Chasers Nightwar é baseado na banda desenhada Battle Chasers da autoria de Joe Madureira. Quem conhece o seu trabalho irá certamente reconhecer logo o seu traço a arte de Battle Chasers: Nightwar, os restantes irão certamente encontrar semelhanças visuais entre este jogo e Darksiders. Darksiders é visualmente semelhante pela simples razão de esse ser também um trabalho de Joe Madureira.

Um bom jogo deste género pode ser bom, ou excelente, dependendo da quantidade de novas ideias que traz consigo e Battle Chasers pode não trazer muitas, mas as que traz são realmente boas. A mecânica que eu destacaria aqui e que faz toda a diferença é o sistema de substituição de mana durante o combate por pontos de combate ganhos durante o combate em si. Para utilizar as habilidades das personagens o jogador utiliza mana como noutro jogo tradicional qualquer do género, no entanto os ataques normais e algumas habilidades dão à personagem alguns pontos extra que substituem a mana. Desta forma podemos em turnos alternados utilizar habilidades sem custo, equilibrando assim o jogo e não obrigando o jogador a andar carregado de poções de mana por exemplo.Além disso existem ainda alguns pontos burst que são utilizados para os ataques mais poderosos do jogo. Cada personagem começa por ter uma destas habilidades, mas com o desenrolar do jogo vai adquirindo mais, da mesma forma que vai obtendo mais habilidades normais e pontos extra para gastar nas suas habilidades passivas. Estes pontos são chamados de Perks e podem ser gastos em habilidades de ataque ou defesa e podem ser alterados sempre que o jogador desejar, nunca existindo nada que seja fixo e obrigue o jogador a um compromisso até ao final do jogo.

Como a muitos jogos do género, incluindo o grande responsável pela sua popularidade, Final Fantasy, o jogo consistem num mapa do mundo onde o jogador vê o mapa e localizações em ponto pequeno e zonas de exploração. Em ambas os encontros não são aleatórios, o jogador pode tentar evitar o combate quando se encontra enfraquecido por exemplo, mas não deixa de ser completamente possível entrar num combate e ser surpreendido pela força do inimigo. As zonas de exploração podem ser zonas de exploração normais que além de zonas de exploração servem  normalmente como pontos obrigatórios para a história prosseguir, ou podem ser dungeons. As dungeons obedecem às mesmas mecânicas e fluxos de exploração  das zonas de exploração normais, mas têm também um nível de dificuldade associado. O jogador tem à sua escolha dois níveis de dificuldade que irão afectar as recompensas que irá ganhar. Existe ainda um terceiro nível que é desbloqueado ao completar a dungeon no nível de dificuldade intermédio. Ao contrário das zonas de exploração normais as dungeons podem ser e devem ser repetidas para evoluir as personagens, sendo das poucas formas de fazer algum grind e facilitar o progresso no jogo.

Battle Chasers: Nightwar não é um jogo difícil, apesar de poder ter algumas secções mais complicadas se o jogador não estiver tão forte como devia estar ou se simplesmente abordar um combate de forma desleixada ou simplesmente errada. No entanto alguns ajustes serão o suficiente para trocar o fracasso por uma vitória, não deixando grande espaço para frustrações. Isto não torna de todo o jogo aborrecido. Os combates desnecessários deixam de ser automáticos por exemplo. Andar por uma zona de níveis  baixos não é tão aborrecido como noutros jogos do género porque não estamos constantemente a parar para combater e isso torna todos os combates minimamente interessantes e não um simples clicar para continuar. Este é sem duvida um dos melhores jogos do género no PC e mesmo em consolas. Mantém-se fiel às raízes do género e introduzindo ideias novas que fazem todo o sentido, tornando-o mais dinâmico. São as suas mecânicas que o fazem bom, mas é a sua arte que o torna realmente único e apelativo logo
a primeira vista, fazendo-me pessoalmente ansiar por uma sequela que continue as aventuras das excelentes personagens que ficámos a conhecer.

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