Análise: Feliz Dia Para Morrer

Feliz Dia Para Morrer usa e abusa de um conceito já mais do que explorado no cinema em que o protagonista repete o um dia até que algo fique resolvido, sendo o filme que que mais é reconhecido por o popularizar é Groundhog Day mas mais recentemente filmes como Edge of Tomorrow também utilizaram. Tree, interpretada por Jessica Rothe, é uma estudante universitária com a típica personalidade cliché da rapariga que é horrivelmente má para toda a gente. O primeiro arco do filme é quase insuportável enquanto vamos vendo Tree a tratar toda a gente na sua vida como lixo, desde colegas até ao próprio pai. Aqui vamos conhecendo alguns pormenores da sua vida e passado mas é apenas com o desenrolar do filme que os dramas do seu passado se tornam aparentes. O filme vai-nos dando a conhecer todos os erros da sua vida para depois aos poucos nos mostrar os seus traços da personalidade que acabam por a redimir um pouco, mas no fundo Tree é realmente uma pessoa horrível. No final do primeiro dia Tree é assassinada por alguém mascarado com uma mascara de um bebé, que é uma espécie de símbolo de uma das irmandades da universidade, mas logo o dia recomeça e começa realmente o foco do filme.

Apesar de ser um conceito já várias vezes utilizado e explorado Feliz Dia Para Morrer consegue ser relativamente original incluindo elementos de terror e comédia. Apesar de ser descrito como um filme de terror, o tom do filme é tão leve que parece-se bem mais com uma comédia do que com o filme de terror. Mesmo os seus elementos de terror são tão leves que dificilmente serão eficazes para fãs do género. O publico alvo do filme parece ser adolescentes e outros jovens adultos que procurem algo que tem mais pequenas influências de terror do que propriamente uma experiência de terror pura.

Apesar de não ser assustador, e não é de todo, Feliz Dia Para Morrer é um filme agradável. É um filme bem dirigido com todas as cenas a terem grande qualidade e com bastante cuidado, sem erros de continuidade e a própria história apesar de um pouco ridícula, consegue não ser previsível durante todo o filme. Em termos de interpretações os dois intervenientes principais têm boas prestações. Jessica Rothe é bastante credível enquanto Tree e Israel Broussard também consegue uma boa prestação enquanto Carter, o rapaz com quem Tree acorda todos os dias depois de uma noite de copos e se vai tornando aos poucos o interesse amoroso sério.

Feliz Dia Para Morrer surpreendeu-me por várias razões, pela qualidade que não estava realmente à espera que tivesse e pelo tom menos sério que pensava que também ia ter. Não entrei no cinema cheio de informação e único trailer que vi foi o que foi passando antes dos filmes que ia vendo e isso neste caso foi perfeito para não me deixar com expectativas de absolutamente nada. Feliz Dia Para Morrer é uma amalgama de géneros que funciona e mesmo a falta de elementos que expliquem todo o fenómeno paranormal do filme ajuda a focar o filme na alteração da personalidade de Tree que reconhece não ser uma boa pessoa e se esforça por mudar, reconhecendo todos os seus erros e remediando-os. Para quem não gosta de filmes de terror é o filme perfeito para o Halloween e para os fãs que procurem algo diferente também não é uma má proposta.

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