Análise: Gran Turismo Sport

Gran Turismo tem sido  vítima de sua própria ambição de se tornar cada vez maior. A realidade é que Gran Turismo compete a cada lançamento para se tornar maior e melhor. Embora a série tenha permanecido forte na PS3, os ultimos lançamentos foram principalemte focados em manter um número cada vez maior de carros, algo que apesar de tudo resultou numa experiência de jogo em termos de qualidade um pouco inconsistente. Agora, com a série a chegar à PS4, Gran Turismo Sport o conteúdo é visivelmente reduzido, mas também é muito mais focado e consistente.

Apesar de GT Sport parecer destinado a jogadores competitivos, ele reconhece a necessidade de acomodar uma variedade de níveis e preferências de habilidades diferentes e atrair jogadores de vários níveis. Antes de o jogador começar a jogar o jogo oferece chance de escolher entre vários métodos diferentes para controlar a direção e a aceleração. Como muitos jogos, há uma opção para exibir uma linha de direção, mas, alternativamente, podemos optar por ter outras opções mais subtis e que não nos fazem sentir como se o jogo nos estivesse a dar a mão a cada curva.

Aquilo que mais se destaca em Gran Turismo Sport é a jogabilidade. Os jogadores mais experientes irão conseguir fazer com o carro exactamente o que quiserem, os controlos respondem na perfeição e com as ajudas até os mais novatos vão ter uma experiência bastante satisfatória. Os condutores da IA estão também melhores, mais naturais quase que emulando jogadores reais. Obviamente continuam sem cometer muitos erros, mas parecem bastante menos robóticas que o normal.  O jogo vem com a sua quota de peculiaridades, alguns devido à sua necessidade de uma conexão online constante, o que pode e vai de certeza não agradar a todos. Se estiverem offfline irão estar bloqueados na maioria dos modos de um jogador, o que não faz muito sentido.

Os vídeos de instrução são meramente links do YouTube, o que é pena e deviam existir melhores tutoriais. Enquanto isso, os menus podem ser um pouco estranhos para navegar. Apenas mudar de carro é um pouco estranho pois não se pode fazer a partir de um ecrã de eventos. As restantes opções tal como esta, vão parecer normais e naturais a quem acompanhou a série mas é algo que deveria ter evoluido com o tempo e não ter parado na PlayStation original. A mudança mais dramática em GT Sport vem com o número reduzido de carros, indo dos 1200 disponíveis emGT 6 para um pouco mais de 120. Estamos a falar de 10 vezes menos carros, mas a realidade é que primeiro não se sente a falta e segundo todos os carros estão recreados na perfeição em vez de apenas os considerados premium.

O modo Scapes retorna, fornecendo uma ampla gama de fundos fotográficos onde o jogador pode colocar o seu carro e tirar fotos, o que pode ser surpreendentemente interessante. O jogo recompensa-nos com uma forma extra de moeda chamada Pontos de milhagem que se ganha após cada evento. Pode ser gasto em equipamentos de motorista, veículos especiais, cores de tinta, jantes e muito mais, e melhor ainda, todo este dinheiro só pode ser adquirindo jogando.

Se possuírem um PlayStation VR, ele é suportado no jogo, mas apenas em um modo separado. Podemos competir ou ir a um showroom virtual para examinar carros. Embora haja o downgrade visual esperado, correr enquanto com o PSVR é impressionante. O grau de imersão é completamente distinto e com um volante como controlador então entramos numa zona de realismo que além de impensável há pouco tempo, é de longe a melhor experiência que se pode ter em casa com VR neste momento.

Apesar de Gran Turismo Sport não possuir um modo de carreira explícito, o Mission Challenge envolve essencialmente esse papel. Há uma sensação contínua de que se está a aprender algo, havendo uma variedade de eventos para superar, incluindo uma série de corridas completas, passando a desafios e provas de tempo. Mas se acompanham a série à tanto tempo como eu sabem como progredir neste jogo. Infelizmente isso é mais um elemento que devia ter crescido e evoluído no tempo em vez de ficar no passado.

A corrida online é um grande ponto forte em GT Sport e é realmente interessante a forma como aborda o desportivismo. É um tema tão importante que o jogador precisa de ver dois vídeos sobre desportivismo e etiqueta antes de poder participar no online. Além de ser avaliado em habilidade, o jogador também possui uma classificação de desportivismo. À medida que se percorrer os setores de forma limpa, vemos um ícone indicando e melhorando a classificação ou não. No inicio é algo extremamente irritante mas com o tempo começamos a ver os benefícios.  A outra coisa que torna as corridas online diferentes no GT Sport é que é largamente agendada. Todos os dias são introduzidos três desafios diários, mas não se pode simplesmente entrar sempre que se quiser. É preciso esperar para entrar na próxima hora agendada. Isso dá às corridas um pouco mais de peso, pois não se pode simplesmente sair e reiniciar se estiver a correr mal.

Tudo no GT Sport culmina nos campeonatos online. Essas séries são eventos de alta participação que são agendados periodicamente no calendário do jogo. Um campeonato dura cerca de uma semana com uma corrida diferente todos os dias, e a pontuação total é baseada nos três melhores resultados. A entrada também é extremamente limitada. Há apenas um número limitado de horários programados para participar da corrida de cada dia, e quando se entrar,  só se recebe uma tentativa. Para obter o seu melhor desempenho, é fundamental aprender a pista, algo que se deve fazer sozinho antes destes eventos.

 

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