Depois de anunciar a sua mudança para Lisboa, a Comic-Con teve a sua edição deste ano ainda no Norte. À primeira vista as novidades são poucas e sensação que o evento deixa é que não havia qualquer tipo de intenção de crescer este ano. Com a mudança dada cono certa a intenção este ano era clara, faturar com a fórmula dos anos anteriores e começar a preparar a edição do próximo ano? O região norte foi um verdadeiro teste para a organização para chegar à capital com uma máquina bem oleada e atingir novos patamares. Pessoalmente acho que podiam ter crescido bem mais nos anos que andaram pela zona norte se não estivessem já com a ideia de mudar de ares desde a primeira edição. Mas, apesar de não concordar com a decisão não posso deixar de falar do profissionalismo da organização que mostrou novamente que Portugal consegue receber bem os seus convidados e organizar um evento sem qualquer precalso e espero mesmo que a mudança para Lisboa traga bons resultados.
Mas vamos falar da edição deste ano e do que tem para oferecer. A minha atenção teve de ser dividida entre os vários pavilhões nos dias que fui este ano portanto só consegui ir a algumas conferências, mas comecemos primeiro pela avenida dos artistas que voltou quase a sua configuração original, algo que sinceramente gostei. A zona da entrada é apesar de tudo mais calma, algo que combina melhor com o espírito necessário para esta zona. O ano passado os artistas tinham sido remetidos para a lateral do pavilhão principal das lojas e sinceramente foi uma má decisão, portanto é com agrado ver que este ano tiveram mais atenção.
O pavilhão das lojas ficou praticamente intacto. As lojas continuaram praticamente as mesmas com excepção da banda desenhada que viu algumas das maiores editoras nacionais a retirarem da sua presença devido a problemas com a organização. Quem marcou presença pela primeira vez em grande foi a Goody que está apenas há pouco tempo no mercado dos comics e precisa da exposição que a ComicCon lhe pode trazer. Este foi aliás uma agradável surpresa, contando com promoções boas e ainda artistas convidados próprios, algo que também aconteceu com a editora Saída de Emergência.
O pavilhão das empresas estava quase igual ao ano anterior no que toca pelo menos a quantidade de stands. Todos os canais de séries e filmes estavam presentes com stands dedicados às novas séries e filmes por estrear mas as filas continuam a ser um problema e neste pavilhão o melhor é ir nos primeiros 2 dias do evento, especialmente se estiverem a contar fazer uma tatuagem de borla no stand da Fox. Quem roubou o show aqui foi o batmóvel que ao contrário do stand dedicado ao Star Wars contava com bons acabamentos, assim como as estátuas da Liga da Justiça. Esse Stand dedicado ao Star Wars que a organização descrevia com tanto entusiasmo foi a maior desilusão, contando apenas com uma X-Wing e um tanque, ambos com fracos acabamentos, o que juntamente com a falta de comparência da companhia que fazia a parada Star Wars nos anos anteriores por desacordo com a organização tornam este um ano bastante fraco para os fãs da força.
Outro pavilhão que poucas melhorias sofreu foi o dedicado ao gaming. Além de pequenos ajustes de localização que parecerem dever-se apenas a este pavilhão estar um pouco mais vazio não houve nada de realmente novo a assinalar. Estavam presentes alguns dos clãs nacionais, marcas gaming e os três fabricantes de consolas, com maior destaque para a Sony e Nintendo.
Apesar de não ter existido crescimento na qualidade, está edição que fica marcada pela estagnação acaba por ter na mesma alguns bons convocados. Daniela Ruah deveria ter vindo há mais tempo e a sua presença nesta edição mostrou a popularidade que tem no nosso país, Dominic Purcell e Clark Gregg foram na minha opinião os grandes nomes, especialmente Clark Gregg que nos deu alguma visão ao que se passa dentro dos estúdios da Marvel é como ele se tornou o agente da S.H.I.E.L.D. mais conhecido. A organização mostrou-se mais capaz em organizar as sessões de autógrafos para que quem não iria ter direito a um não estivesse a perder tempo na fila e no geral foi um evento sólido, mas sem sangue novo, novas ideias que o fizessem crescer, algo que se percebe dada a provável mudança de ares, que espero sinceramente que não se verifique.