Análise: Frantics

Frantics é o novo jogo da gama PlayLink da Sony, uma gama de jogos sociais que utilizam o vosso smartphone ou tablet como controlo para o jogo. A variedade desta gama é impressionante e existem basicamente jogos para todos os gostos, um pouco como o PlayStation VR, o PlayLink acaba quase por ser uma plataforma à parte e obriga a que cada jogador tenha um dispositivo próprio para jogar, sendo a PS4 apenas responsável pelo processamento do jogo que todos vêm. Frantics é uma colecção de divertidos mini-jogos até quatro jogadores onde todos se enfrentam e apenas um pode ganhar, no entanto, fazendo jus à raposa traiçoeira que é o anfitrião dos jogos, existe alguma estratégia envolvida na forma de alianças e traição, uma vez que o jogo incita a que os jogadores se aliem em certos momentos e atraiçoem noutros, mas irei falar disso um pouco mais à frente.

Existem 15 mini jogos em Frantics que irão aparecer aleatoriamente sempre que se joga. Não consigo ter a certeza se o jogo faz uma boa gestão dos jogos que vai introduzindo mas pessoalmente passou-me a ideia de que o jogo tende a repetir os jogos que jogámos anteriormente e introduzindo novos gradualmente para que os jogadores não tenham de aprender todos os jogos de uma vez e também para que no início não se perca demasiado tempo com os tutoriais, que diga-se de passagem são um dos piores momentos do jogo, são demorados, na maioria dos casos inúteis e são verdadeiramente aborrecidos. Além disso mesmo durante o jogo propriamente dito o raio da raposa ainda se acha no direito de parar o jogo para explicar um pequeno pormenor ou lançar um pedaço de dinamite.

Infelizmente a variedade dos mini jogos é apenas razoável, uma vez que uma boa parte dos minijogos são apenas arenas onde os jogadores se tentam empurrar para fora de campo. Felizmente cada uma destas arenas tem uma pequena particularidade como por exemplo o chão se ir desfazendo, criando buracos por onde os jogadores podem cair ou noutra em que a arena é um pedaço de gelo que vai perdendo área até ficar apenas um pequeno circulo onde mal cabem dois jogadores. A grande maioria destes jogos tem também a particularidade de aceitar empates. É completamente possível que vários jogadores ganhem os mesmos pontos. Cada mini jogo oferece ao vencedor uma coroa e vence aquele no final tiver mais coroas, ou pelo menos assim é o que o jogo nos leva a entender, mas a realidade é um pouco diferente. Durante todo os jogo os jogadores vão realmente coleccionando coroas, no entanto estas servem essencialmente para nos dar uma maior chance de ganhar o confronto final, um mini jogo que não fugindo em nada ao normal de Frantics, é uma arenas onde as coroas são convertidas em vidas e o jogador que sobreviver mais tempo irá ganhar o jogo, algo que dá uma pequena hipótese de recuperação ao jogador que chegar a esta fase apenas com uma estrela contra o jogador que ganhou todos os desafios anteriores por exemplo. Além dos jogos de arena de combate existem alguns que variam um pouco a fórmula como por exemplo um jogo em que ganha quem for o último a abrir um para-quedas sem se esborrachar no chão ou outro que é basicamente uma corrida de obstáculos onde os jogadores têm de se esquivar dos obstáculos, activar portões, empurrarem os adversários contra os mesmos obstáculos e no fundo fazerem tudo para ganhar.

Além de tudo isto e como já tinha referido o jogo possibilita que os jogadores façam alianças, curtas ou duradouras. Como o empate é um resultado possível durante a grande parte dos mini jogos, com a excepção do último como é óbvio, os jogadores podem entre ajudar-se e formar uma espécie de equipa, algo que nem sempre é possível dado o ritmo mais elevado de alguns destes mini jogos. Além destas pequenas alianças, mesmo depois de um jogador ter sido eliminado de um jogos mini jogos pode continuar a ajudar o seu parceiro ou tentar prejudicar toda a gente por igual. Depois de ser eliminado um jogador pode lançar armas como dinamite ou raios congelantes para os restantes jogadores, algo que mesmo mal utilizado acaba por fazer toda a diferença, especialmente no confronto final onde um raio congelante pode facilmente fazer um jogador cair num buraco.

Misturados com os mini jogos existem ainda leilões, onde os jogadores podem licitar com as moedas que vão recolhendo durante o jogo, alguns itens que lhes dão vantagem no mini jogo que está a decorrer e no caso do leilão final, trocar todas as moedas por um dos itens. Estas itens fazem toda a diferença, mas existem alguns bem mais úteis que outros. Enquanto que cadeiras com molas podem funcionar bem em alguns casos, armas como ser inútil ao dinamite e colocar dinamite sempre que se toca num adversário podem virar completamente o jogo a nosso favor, portanto tentar apanhar algumas moedas extra e guardar-las para o leilão final pode fazer toda a diferença, principalmente porque este último confronto é essencialmente o único que é realmente determinante.

Frantics é um jogo razoavelmente bom dentro do género. Não é algo que eu possa recomendar sem qualquer tipo de reticencias, mas naquilo que se propõe a ser é realmente bom, com um humor bem conseguido e uma direcção artística que além de boa é original e interessante. Se a gama PlayLink é algo que vos interessa então Frantics é uma boa proposta.

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