O leque de personagens da Nintendo tem crescido ao longo do tempo. Depois do boom das primeiras consolas e onde parecem ter sido introduzidas a grande maioria das personagens, ao longo do tempo foram aparecendo outras que se juntaram à família em menor quantidade mas raramente a Nintendo falhou em criar algo novo. Kirby entrou para a história da Nintendo para o Game Boy original e desde aí tem tido direito a pelo menos um lançamento para cada consola Nintendo,tornando-se uma das suas personagens mais populares.
Quem conhece os jogos da série sabe já mais ou menos o que pode esperar. Dentro da série principal a jogabilidade de jogo de plataformas de acção tem-se mantido mais ou menos intocável ao longo dos anos, sendo refinada e melhorada a cada lançamento, mas mantendo-se mais ou menos fiel às raizes. Star Allies não foge a essa fórmula e os fãs de Kirby além de irem reconhecer os elementos de que tanto gostam nos jogos da Kirby irão também gostar de tudo o que foi adicionado de novo. Ao contrário do que é normal Kirby está agora acompanhado de três amigos, sejam eles outros jogadores ou controlados pela IA. Esse é principalmente o grande ponto forte de Star Allies, o coop.
A Nintendo está sempre a arranjar forma de juntar os jogadores e colocá-los a jogar juntos, seja no mesmo sofá desde o tempo da NES até aos modos online a que nos viemos a habituar. Kirby Star Allies acaba por ser um bom jogo a solo, disso não tenho grandes duvidas, mas é com outros jogadores que realmente se eleva e ultrapassa o bom. Infelizmente essa é um condicionante que nem sempre podemos ultrapassar, o que nos deixa com um jogo que quando jogado a solo perde um pouco, não da sua qualidade, mas da sua alma.
Kirby como sempre tem o poder de sugar os seus inimigos e ganhar os seus poderes, o que por si traz uma enorme variedade à jogabilidade dos jogos da série, com uma enormidade de ataques para os jogadores experimentarem e Star Allies constrói sobre esse alicerce forte, possibilitando ao jogador que este recrute novos aliados e construa combinações entre os poderes que recolhe e os dos seus aliados, criando um conceito que funciona e abre portas a variadíssimas combinações. Quando jogado a solo o jogo pede-nos que recrutemos 3 inimigos, ficando jogador encarrega da escolha e da construção da equipa.
Como já referi é quando jogado em grupo que o jogo se torna ainda mais divertido. A IA faz um trabalho decente, nunca atrapalhando e em regra geral a fazer um trabalho bom o suficiente para tornar o jogo acessível. No entanto acaba por ser demasiado perfeita, faltando-lhe a vida que apenas um jogador humano consegue dar. Além disso nunca irão ver uma personagem controlada pela IA a tomar a iniciativa, correr riscos ou a agir como se não soubesse a mínima ideia do que está a fazer. Isto não quer dizer que não cometa erros e não providencie um resultado satisfatório para que se perceba a essência do jogo.