Análise: Ancient Frontier: Steel Shadows

Ancient Frontier: Steel Shadows pretende que o jogador aprenda a jogar sem grandes ajudas, basicamente que aprenda a fazer tudo, fazendo, no entanto aquilo que deixa o jogador a sentir é que nunca domina propriamente o jogo, algo que não é tão problemático porque o jogo é mais assessível do que talvez deveria ser dado o género em que se enquadra. Dado que o jogo faz um trabalho tão fraco a explicar como jogar pelo menos devia pelo menos dizer as teclas ou uma UI intuitiva, mas Steel Shadows não tem isso e o que fica é um jogo tão difícil na prática como Dark Souls mas que mal se começa a perceber o que fazer percebemos que se trata de um jogo bastante fácil, mais do que gostaríamos a té.

A interface dada ao jogador é também má, especialmente porque não escala com a resolução do jogo. Isto faz com que quando jogado em 4k tudo é minúsculo. Esta questão é ainda mais acentuada e francamente estranha, considerando que no menu principal, passando por configurações e os vários menus de opções, as coisas parecem muito mais apropriadas. Em termos técnicos isto parece-me ser bem mais um bug do que uma escolha e o resultado é estranho e torna a interface do jogo ilegível, fazendo com que o jogador nem consiga ler o que os textos dizem e  como não parece existir nenhum tipo de opção de dimensionamento de interface do utilizador é com isto que ficamos já que até em 1080p o problema não fica inteiramente resolvido.

Depois de passar pelos problemas iniciais e começar a jogar de verdade,  Steel Shadows oferece um fluxo de jogo agradável, mas básico o que é estranho dada a dificuldade que tivemos até chegar aqui. O jogador move unidades estrategicamente como noutros jogos top down por  turnos, o movimento consiste em clicar no hexágono desejado. O combate é praticamente o mesmo, com o jogador a manobrar a unidade para estar no alcance de ataque antes de clicar no inimigo para atacá-lo. O que torna o jogo bastante acessível é o facto de separar ações de movimento e ataque, o que ajuda pois não temos de escolher entre uma outra em cada turno como na maioria dos jogos do género. Além da jogabilidade em nível, há um grau de customização  antes de assumir as missões, em que jogador pode equipar as suas naves com vários equipamentos que melhoram as estatísticas e até mesmo comprando unidades.

Além disso, não há muito mais neste jogo, há muito disto tudo que descrevi mas nada mais do que isso e honestamente Steel Shadows deixou-me uma tão má impressão nos minutos iniciais que dificilmente o conseguiria recomendar a alguém. Graficamente, o jogo parece  é sólido, com boas texturas e um aspecto geral moderno, o que torna ainda mais estranho o que descrevi no inicio sobre a interface. Em aspectos mais artísticos o jogo não ganha também muitos pontos. O design é desinspirado e a história é fraca.

Ancient Frontier: Steel Shadows é um jogo simples mas complica tanto tudo sem nunca oferecer ajuda ao jogador que essa simplicidade quando aparece já estamos fartos de tudo. A frustração que o jogo inflige nunca é recompensada com nada e isso é o seu maior defeito.

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