Análise: FIFA 20

A competição entre PES e FIFA continua por mais um ano, com pouca inovação, mas pelo menos algumas novidades. FIFA continua a ser um jogo divertido de jogar e muito, muito viciante. A principal novidade é o modo Volta que traz alguma variedade ao jogo, com o futebol de rua mais técnico e rápido. O modo carreira teve também um muito aguardado facelift que tinha sido adiado ano atrás de ano, no entanto as novidades podem realmente saber a pouco para os verdadeiros fãs do modo.

Algo que não será surpresa para quem jogou o modo The Journey no ano passado é que este modo já não está presente este ano, sendo substituído este ano pelo modo Volta, que além de manter partes das influências narrativas do modo The Journey, traz consigo o dinamismo do futebol de rua. Para quem jogou FIFA Street sabe exatamente o que esperar do modo Volta. A história é a de um campeonato de futebol de rua e da nossa equipa que tem de crescer do seu bairro até às grandes metrópoles do mundo. Tanto os ambientes como a jogabilidade são excelentes, mas a jogabilidade consegue ser bastante difícil de dominar, mas assim que se conseguem dominar alguns truques ainda se torna melhor e mais viciante, especialmente quando misturamos os truques que aprendemos com os vários layouts dos campos. Além disso podemos ainda contratar novos jogadores e desbloquear itens de customização para os jogadores. Os modos de jogo não variam muito do 3vs3 tradicional do futebol de rua, mas as cutscenes trazem alguma variedade para quebrar o ritmo de jogos.

O futebol em si de FIFA 20 está praticamente intacto, aliás, posso dizer que desde pelo menos o FIFA 09 que não me lembro de uma versão anual que tenha alterado tão pouco da jogabilidade de um ano para o outro como este ano. As alterações são minimas e no geral foram apenas correções para elementos que funcionavam menos bem no ano passado. FIFA 20 está mais rápido que o jogo anterior, os jogadores mais rápidos são realmente rápidos e jogadores como Marcus Rashford conseguem ultrapassar facilmente os defesas mais lentos. Isto é particularmente visível no modo Ultimate Team onde no início vamos encontrar várias equipas com jogadores rápidos antes que possamos melhorar a nossa equipa. É também neste modo que temos de usar o posicionamento para tentar ficar sempre na linha de remate. Este comportamento é tão evidente que alguns dos treinos pedem que nos coloquemos na linha de remate.

É aqui que entram também as melhorias na física da bola que está muito mais realista e mais leve o que torna os remates mais fáceis de controlar, mas também mais potentes, o que tornam os golos mais fáceis e os jogos com resultados mais elevados que no ano passado. O resto da jogabilidade teve também algumas melhorias, principalmente nas animações, mas alguns elementos foram revistos, como os pontapés livres e penaltis. Os penaltis estão semelhantes aos do ano anterior, mas com as melhores animações é mais fácil de adivinhar para onde o remate irá sair por isso é mais complicado evitar o guarda redes. Os livres por outro lado são agora um novo mini-jogo onde temos de posicionar o jogador, escolher um sítio para apontar o remate e depois escolher o “estilo” do remate, seja em força ou com efeito ou de outra qualquer forma.

Como já tinha referido, o modo carreira foi melhorado, principalmente na apresentação, que o torna muito mais fiel à liga que estamos a jogar. Podemos agora jogar torneios de pré-época, mais treinos para melhorar as estatísticas dos jogadores e no geral muito conteúdo offline. Outra novidade neste modo é o foco no moral da equipa que altera as estatísticas do jogador. Um jogador que não tem jogado bem fica desmoralizado, mas um jogador desmoralizado também joga pior, pelo que é necessário encontrar aqui uma uma forma de manter os jogadores contentes para ter sucesso. Tirando notas do modo The Journey, temos uma entrevista no final do jogo e as respostas que damos irão também afectar a moral do plantel. Não esperem encontrar nada sequer perto da profundidade que existe em jogos como Football Manager, mas é bem vinda alguma profundidade neste modo. Mesmo com todas estas novidades acho que a grande maioria dos jogadores irão passar mais tempo no Ultimate Team e Volta.

O modo Ultimate Team que tem vindo a ser o grande foco da EA e a sua galinha dos ovos de ouro, não vê grandes alterações no modo deste ano. Algo que pode ter sido impressão minha é que o cansaço dos jogadores não aumenta tão rapidamente ano este ano. Pode ser apenas impressão minha, mas caso não seja, é uma alteração muito bem vinda. Outra novidade é que existem pequenas épocas agora, com objectivos que vão renovando e que nos dão mais uma forma de receber alguns pacotes extra, existindo agora várias formas para sermos recompensados com pacotes, Squad Battles, Rivals, FUT e agora objectivos.

Ao manter os pontos positivos do jogo anterior, resolvendo alguns problemas pendentes e adicionando o modo Volta, a EA consegue manter FIFA no topo dos jogos de futebol. Fica apenas o problema de perder os direitos de alguns clubes como a Juventus, que apesar de ter os jogadores do clube presentes, agora se chama Piemonte Calcio e tem um logótipo diferente, mas isso e os pequenos problemas do jogo são mínimos.

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