Utawarerumono: Prelude to the Fallen é o novo capítulo de uma série sobre a qual nada sabia antes de receber da Bandai Namco um código para análise. Depois de alguma pesquisa aquilo que aprendi é que Prelude of the Fallen é o quarto jogo da série e o remake do primeiro jogo. Lançado em 2002 para PC e depois lançado na PS2 e PSP, Utawarerumono é uma mistura de visual novel e RPG tático por turnos. Existe uma distancia considerável o primeiro e segundo jogo da série por isso este remake é realmente importante para trazer novos jogadores para a série e para mostrar a quem jogou os dois jogos que se seguiram e não teve oportunidade de jogar o original por fraca distribuição fora do Japão e falta de versão digital como tudo começou. A história é aliás uma trilogia e muitos fãs da série não poderam ver como tudo começou e os outros podem ter aqui um ótimo ponto de partida e aproveitar as promoções na PS4 para comprar os dois jogos por um valor muito baixo.
Este é um daqueles jogos em que a tradução pode estragar completamente o jogo. Sendo o principal foco aqui a história em forma de novela visual, pequenas alterações podem mudar completamente personagens e o entendimento que temos da história. Felizmente a NIS America é muito experiente no trabalho que faz e são muitos os jogos que foram lançados no ocidente graças aos seus esforços e muitos deles foram já aqui analisados antes. O trabalho de uma boa localização é especialmente importante quando estamos a falar de um jogo com duração de mais de trinta horas. Felizmente não há problemas nas vozes do jogo já que não foi feita nenhuma alteração ao japonês original, o que para mim é o ideal em todos os casos, especialmente em novelas visuais.
Utawarerumono: Prelude to the Fallen é também um RPG e as batalhas decorrem num ambiente 3D, ao contrário do 2D da parte visual novel do jogo. A arte do jogo é fantástica, mas quem não souber exatamente o que é Utawarerumono pode estar à espera de ver cutscenes mas toda a história é contada através de imagens e balões de texto. O combate em si é mais ou menos o que podemos esperar de um RPG tático com o jogador a mover-se num mapa onde a distância que pode mover cada personagem e o que é que pode atacar a ser mostrado visualmente numa grelha. Aqui talvez a principal diferença seja a câmara. Normalmente os jogos do género optam por uma perspectiva aéria isométrica, enquanto que em Utawarerumono: Prelude to the Fallen a câmara se encontra mais ao nível do terreno.
Aquilo que eu chamaria realmente de original em Utawarerumono: Prelude to the Fallen é o sistema de combos e ataques em cadeia. Os jogadores além de escolherem o que atacar no jogo têm que cronometrar certos ataques para ter algum tipo de benefício no combate. Acertar na perfeição nestes ataques cria a possibilidade de ataques finais e outros ataques encadeados. Utawarerumono: Prelude to the Fallen não é um dos melhores RPGs táticos que já joguei mas faz um bom trabalho. Continua a ser preciso saber quem atacar em que ocasião, saber onde colocar as nossas unidades e saber os pontos fortes e fracos de cada unidade para ter sucesso.
O foco do jogo é no entanto a sua componente de visual novel. Em Utawarerumono: Prelude to the Fallen a história é realmente boa e é talvez um dos jogos mais importantes para os fãs porque a grande maioria não teve oportunidade de jogar a história que começou a trilogia. A história é contada a bom ritmo e as personagens são interessantes. A história é também altamente emotiva como é normal em jogos deste género, mas a de Utawarerumono: Prelude to the Fallen consegue sobressair pela qualidade. Utawarerumono: Prelude to the Fallen não tem uma história apenas relaxada e agradável, conseguindo mostrar à sua maneira o impacto da guerra nas pessoas comuns, ao mesmo tempo que mantém tudo leve graças às suas personagens. É um equilibrio interessante que poucos jogos ou até filmes conseguem atingir.
Utawarerumono: Prelude to the Fallen é um bom jogo com dois sistemas um pouco distantes em qualidade. A parte visual novel é superior à de RPG tático, mas esse também não deixa de ter mérito. Acredito que seja um jogo obrigatório a quem já conhecia a série e a mim pessoalmente deixou-me com muita vontade de experimentar os restantes jogos da série.