Análise: Blaze Revolutions

Quando um jogo tem muitos elementos corre o risco de nenhum deles estar desenvolvido o suficiente e que todos eles não funcionem bem juntos. Blaze Revolutions junta conceitos de jogo aberto com condução, criação e gestão de cidades, microgestão de grupos e produção. Tudo isto poderia facilmente descambar, mas felizmente não acontece e Blaze Revolutions é um jogo ambicioso e muito bem concebido.

A luta pela legalização da canábis é antiga e apenas recentemente países como os EUA estão a optar pela legalização e em Portugal já é legal a sua utilização em medicamentos. No entanto nenhum país está tão avançado nesta questão como os Países Baixos, por isso não é de estranhar que Blaze Revolutions tenha sido desenvolvido por um estúdio daí. Blaze Revolutions não é um simples jogo de estratégia e gestão com a temática das drogas, algo que já existe. Blaze Revolutions é um jogo que se passa num futuro onde uma corpuração controla praticamente todo o mundo.

A corporação SOMA é uma empresa que domina praticamente toda a sociedade, principalmente através do seu equipamento VR no qual todos estão viciados. A desobediência ou infração das ordens da empresa implica o corte do acesso à infraestrutura da SOMA. Tendo em conta que tudo no mundo é feito através daí já que a poluíção tornou andar ao ar livre muito difícil, ficar impedido de utilizar o sistema da SOMA é o equivalente a ser expulso da sociedade. Cabe portanto ao nosso grupo de plantadores e distribuidores de canábis de acordar a humanidade e libertar o mundo do controlo da SOMA.

Como já referi, este é um jogo que mistura uma série de conceitos de jogabilidade diferentes. Primeiro temos a mecânica de polícias e ladrões onde controlamos veículos em perpectiva “top-down” e onde temos de evitar encontrar a polícia. O objectivo é chegar a um determinado destino e temos de utilizar as ruas existentes para o fazer sem alertar as forças da autoridade. Os objectivos onde temos de chegar podem apenas fazer avançar a história ou fazer parte do outro sistema da jogabilidade, a criação de bases de operações.

Quando não estamos a conduzir estamos a construír o nosso império. Podemos ocupar apartamentos e outros edifícios onde podemos criar plantações urbanas de erva, cafés e casas de habitação entre outros edificios mais específicos. À medida que vamos construindo também aumentamos a nossa influência, ganhamos seguidores e afastamos o controlo da SOMA na área. O objectivo do jogo é libertar o mundo da influência da SOMA, e tal como o nome indica, criar a resistência.

Existem pequenos problemas na campanha que tende a ser um pouco lenta tendo em conta as possibilidades do jogo. As missões são curtas e relativamente simples já que na maioria do tempo temos de chegar ao objectivo e pouco mais já que as componentes mais ligadas à estratégia não têm grande influência no resultado final do jogo. Isto torna-se mais visivel quando percebemos que não temos grande margem para falhar. Os edifícios que temos de construír são os que estão disponíveis e é mais uma questão de tempo do que de estratégia aquilo que está envolvido.

Blaze Revolutions não deixa de ser um jogo bastante sólido. Tem alguns problemas, mas a ambição dos seus sistemas e forma como os consegue na grande maioria das vezes integrar para criar uma experiência coêsa fazem com que o jogo valha realmente a pena.

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