Análise: Cat Quest

Cat Quest é um dos jogos que mais me diverti a jogar nos últimos tempos. Sei que tem problemas e é um jogo que nos segura na mão do início ao fim mas não posso deixar de adorar a sua simplicidade, visuais coloridos e adoráveis personagens. Se gostam de jogos que misturam ideias old-school com muitas sensibilidades modernas, gostam de gatos e de coisas coloridas a saltar e rebentar este jogo é para vocês. É o segundo jogo do estúdio The Gentlebros da Singapura e esta análise acaba por vir com algum atraso já que apenas conheci o jogo quando está iminente o lançamento de uma edição que junta Cat Quest e Cat Quest II.

Eu referi uma série de coisas que podem fazer com que gostem de Cat Quest, mas não precisam de nenhuma delas realmente para isso. Não é por gostar de gatos que gosto de Cat Quest mas sim pela sua jogabilidade remanescente dos RPGs old-school com jogabilidade hack and slash. Mais do que um RPG Cat Quest é verdadeiramente um jogo de ação onde utilizamos espada, escudo e lançamos poderosos feitiços num mundo habitado por gatos e outras criaturas mais fantasiosas como os dragões. Não seria realmente um verdadeiro RPG sem dragões não é verdade? Esta review foi impulsionada pelo lançado do jogo da Switch e posso dizer que esse será talvez o melhor formato para o jogo já que Cat Quest está recheado de pequenas quests e muitas sidequests curtas o suficiente para aproveitar o jogo enquanto fazemos uma viagem de comboio.

A história é tão simples como tudo o resto. Num mundo habitado por gatos nós somos um Dragonblood, uma raça especial de gatos que ajudou a vencer as guerras lendárias dos dragões. A história começa com o rapto da irmã da nossa personagem pelo malévolo Drakoth que nos promete devolvê-la caso derrotemos os seus dragões. Este não é de todo um jogo que joguemos pela história complexa mas podemos facilmente aceitar que se jogue pelo bom humor do jogo. A atenção ao detalhe é fenomenal, especialmente no nome das localizações do jogo que nos fazem sempre sorrir quando as lê-mos e vamos lê-las muitas vezes já que Cat Quest não é propriamente um jogo gigante e o mapa é relativamente pequeno com os locais a ficarem todos muito próximos uns dos outros.

A maior parte do jogo passa-se num mapa geral muito próximo dos mapas mundo de um Final Fantasy por exemplo mas onde o combate não é por turnos mas sim um combate típico de brawler. A simplicidade é a palavra de ordem e simples coisas como gerir várias quests em simultâneo está ausente de Cat Quest já que aceitar uma quest secundária coloca a principal em pausa. Mas mesmo que sejam veteranos não irão sentir falta dessa possibilidade dado que as quests são tão rápidas de resolver que não irão sentir necessidade de por exemplo juntar várias quests da mesma zona para fazerem menos viagens.

Visualmente é um jogo que apenas posso descrever como adorável mas mais do que colorido é recheado de vida, especialmente graças à quantidade criaturas que o habitam. Cada zona é habitada por um tipo de criaturas diferentes, por vezes misturando até vários tipos. Além das criaturas que habitam as planícies e montanhas do jogol, também existem cavernas habitadas por criaturas e onde podemos entrar livremente para a limpar de criaturas, mas normalmente entramos para resolver uma quest qualquer. A música do jogo enche-nos de adrenalina enquanto livramos o mundo destas criaturas cheias de personalidade e resolvemos quests que são tão divertidas como cheias de criatividade. As quests vão desde encontrar um item perdido até ajudar uma aldeia que ficou viciada em carne de monstros por alguma razão e nenhuma das quests do jogo não deixa de ser divertida.

Explorar o mundo de Cat Quest é também recompensado já que está recheado de tesouros e cavernas escondidas. Depois das primeiras horas ganhamos a habilidade caminhar sobre a água e a exploração ganha ainda mais destaque e faz com que subir de nível seja altamente divertido. Cat Quest vive muito mais do que da sua demanda principal e existem muitos monstros para combater e cavernas para completar fora da quest principal. Combater estes monstros é divertido e o combate em si oferece muitas possibilidades mesmo que mantenha a sua simplicidade. Podemos equipar armas normais e quatro feitiços em simultâneo com os inimigos a poderem ser mais fracos contra um dos nossos ataques em específico. Cada feitiço tem um padrão próprio e temos que os ir aprendendo para saber a melhor forma de atacar e esquivar os feitiços dos adversários, já que todos se baseiam nos mesmos padrões.

O jogo não possibilita que se viaje rapidamente entre locais. Podemos fazer zoom para ver para temos de ir mas não podemos saltar entre cidades por exemplo. Além disso o jogo mantém-nos constantemente em movimento e podemos começar a ficar um pouco fartos de repetir as mesmas localizações vezes sem conta, mas pessoalmente sempre me pareceu um problema menor já que todo o mapa do jogo é relativamente pequeno e podemos atravessar facilmente as zonas onde já somos demasiado fortes para nos preocuparmos muito com os inimigos.

Cat Quest é um jogo que recomendo vivamente seja para que plataforma for. A sua simplicidade e visuais fazem deste jogo algo que equilibra na perfeição o modernismo e retro no mesmo jogo e mesmo que não levem muito a sério é um jogo viciante que vos irá colar ao ecrã durante horas.

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