Análise: Rocket Arena

Imaginem um jogo que mistura Quake com Overwatch e Super Smash Bros e vão ter uma ideia do que Rocket Arena é. Não existe realmente melhor forma de descrever o novo jogo da EA e no que toca a videojogos a melhor forma de inovar é conseguir oferecer algo de novo com base em algo que é familiar aos jogadores. A realidade é que se pensarem no que caracteriza a jogabilidade de cada um daqueles jogos irão descrever um FPS rápido, com vários heróis com diferentes habilidades e onde o objectivo é lançar o adversário para fora do mapa em vez de lhe baixar a vida até zero. Se foi isso que pensaram estão absolutamente certos.

A quantidade de jogos online atualmente é gigantesca. Todas as editoras e estúdios procuram a galinha dos ovos de ouro e não os posso condenar por isso. Fortnite por exemplo deve ter sido o maior responsável pelos lucros da Epic nos últimos anos. Aquilo que normalmente  estes jogos como serviços têm em comum é que são gratuitos. Rocket Arena por outro lado custa 30€, mas já tem todos os sistemas de microtransações implementados. Os próprios criadores devem ter chegado à conclusão de que isto foi um erro pois em duas semanas o jogo está descontado neste momento para 5€ e não deverá demorar muito tempo até passar a ser gratuito. A realidade é que o jogo tem tudo a ganhar ao fazer essa mudança e facilmente a empresa irá aumentar os lucros com o aumento de jogadores.

Mas o que é realmente Rocket Arena? Eu penso que já descrevi bastante bem o jogo no primeiro parágrafo, mas basicamente Rocket Arena é um FPS onde o sistema de combate não se baseia em tentar acertar o máximo de tiros possíveis no adversário até ele morrer, mas sim em acertar alguns disparos de rocket certeiros para o lançar para fora do mapa. Para ser muito sincero, no final de contas não difere muito dos outros FPS, já que é realmente lançar um adversário para fora do mapa sem aumentar a barra de “vida” até ao ponto em que o próximo disparo o lançará a voar par fora do mapa. O mesmo acontece em Super Smash Bros em que primeiro temos de “cansar” o adversário e só depois é que os nossos ataques se tornam mais eficazes e se torna muito difícil ao adversário conseguir voltar à área de jogo. Este não é o primeiro jogo a tentar trazer as ideias de Super Smash Bros para um jogo de arena em 3D, mas é o que melhor o conseguiu fazer até agora.

Visualmente Rocket Arena mostra-se também muito parecido com Overwatch, com um grafismo colorido e as personagens cheias de personalidade. Cada personagem de Rocket Arena tem o seu próprio lore e jogabilidade própria e as suas habilidades especiais tornam-as todas diferentes umas das outras. Tal como num MOBA ou Overwatch por exemplo, todas as personagens são realmente fáceis de pegar e começar a jogar, mas requerem um certo investimento de tempo para realmente dominar.Infelizmente o equilíbrio ainda não está perfeito e existem algumas personagens que dominam bastante certos modos de jogo. Isto não é propriamente algo novo e é algo que os MOBAs tentam resolver à anos, mas Rocket Arena precisa de retocar as suas personagens no futuro se quiser manter-se relevante e até se quiser tornar uma referência dos eSports, algo que está longe de conseguir por agora.

A jogabilidade de Rocket Arena pode por vezes parecer um pouco lenta uma vez que as personagens não se movem muito rápido, mas este é um jogo que rápidamente acelera e alguns modos são realmente frenéticos. O modo de jogo de captura de Rocket Arena, chamado Mega Rocket, é notavelmente frenético, com os jogadores a tentarem controlar uma zona. Rocket League joga-se em 3vs3 e os mapas são pequenos, portanto este modo coloca muita gente a tentar defender e atacar uma zona pequena. Quando a equipa não ataca ou defende junta acabamos por sofrer ataques dos três aversários ao mesmo tempo, o que nos lança pelos ares para fora do mapa num instante. A jogabilidade é também bastante gratificante, principalmente quando se consegue acerdar alguns ataques seguídos e quando começamos a dominar uma personagem e conseguimos encadear as várias habilidades.

Além do modo Mega Rocket que já referi anteriormente existem mais três modos neste momento. Kockout que é o modo tradicional em que duas equipas competem para “eliminar” 20 adversários primeiro, Treasure Hunt em que além de nos termos de preocupar com os adversários temos também de recolher moedas e segurar um baú do tesouro e por fim Rocketball que é basicamente futebol com rockets. Num jogo com Rocket no nome tinhamos que ter um modo com uma bola certo? Em termos de conteúdo não posso dizer que estejamos mal servidos neste momento e se o número de jogadores tiver um crescimento aceitável iremos certamente ter mais conteúdo no futuro. Este é um jogo que tem tudo para crescer, mas precisa de rever o preço de entrada, já que mesmo a 5€ este parece-me ser um jogo que funcionaria muito melhor apenas com as microtransações e eu pessoalmente não gosto de microtransações.

Rocket Arena não é um jogo que eu me veja a jogar diáriamente. Acho que a jogabilidade apesar de interessante, pode não aguentar sessões de jogo diárias. No entanto a mistura de géneros funciona realmente bem e Rocket Arena é algo novo que não existe noutro jogo do mercado. É algo que me vejo a jogar semanalmente e no qual me diverti bastante no tempo que passei com ele. Acho que a EA precisa de rever a forma como estão rentabilizar o jogo e o método utilizado em Apex Legends é o ideal e está já testado. Talvez a EA não queira ter dois FPS de arena gratuitos a competir um com o outro e isso eu percebo, mas Rocket Arena teria muito a ganhar sem ser free to play.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ComboCaster