Antevisão: Endzone: A World Apart

Se existe um género que me agarra durante horas e horas é o city-builder. Apesar de ser relativamente fácil não jogar todos os dias, assim que começo a jogar perco completamente a noção das horas e num qualquer sábado ou domingo facilmente começo um jogo depois de jantar e quando dou por mim são cinco ou seis da manhã. Nem todos os jogos do género são bons mas felizmente Endzone: A World Apart destaca-se pela positiva graças a uma temática diferente e uma boa execução. Além de ser um city-builder Endzone: A World Apart  mistura ainda conceitos de uma série de outros géneros como sobrevivência, RTS e simulação, tudo isto com uma temática pós-apocalitica fascinante.

Não existe muito tem termos de história, no entanto o jogo oferece algum pano de fundo. Em 2021 um grupo terrorista ataca várias centrais nucleares o que lança todo o mundo num inverno nuclear. A raça humana consegue sobreviver abrigando-se em bunkers chamados de Endzones, sendo que o jogo começa quando a humanidade acabou de saír dessas zonas e se aventura no mundo reclamado pela natureza mas ainda cheio de perigos. Existem vários jogos a explorar a temática e Endzone: A World Apart acaba por ser bastante semelhante a Banished por exemplo, mas há muita coisa para gostar aqui e muita coisa original.

Endzone: A World Apart encontra-se ainda em Early Access mas está muito estável, sendo este período de Early Access marcado principalmente pela falta de algum conteúdo. O jogo começa, caso o jogador queira, por um tutorial extenso e bastante completo, abrangendo praticamente todas as áreas do jogo. Para um jogo em Early Access é realmente impressionante já que pela minha experiência esta é a área que normalmente fica para último como se os criadores pensassem que por termos investido num jogo em Early Access temos o dever e a paciência para aprender a jogar sozinhos.

O nosso trabalho enquanto jogador é comandar um grupo de sobrevivêntes num ambiente hóstil. O mundo continua radioactivo e até a chuva pode ser prejudicial. Temos de construír tudo que é necessário para sobreviver num ambiente destes. Temos de recolher madeira e sucata para construir edifícios e esses vão desde portos de pesca, zonas de agricultura e recolha de madeira até fábricas de reciclagem que produzem o tecido que precisamos para as lojas de alfaiates fazerem máscaras que no protegem da radiação. Toda a cidade é um sistema que precisa de cada elemento a funcionar para ela como um todo funcionar.

Apesar de Endzone: A World Apart  ter elementos de RTS não controlamos diretamente as unidades no jogo apenas lhes atribuimos funções. Por exemplo, depois de criarmos um campo de cultivo temos de ir ao ecrã de funções e atribuir uma vaga de agricultor. O sistema funciona realmente bem e as unidades cumprem exatamente o seu dever, sendo que até as unidades que ficam com função por atribuir acabam por ser úteis ao cumprir tarefas como recolher madeira ou sucata. Algo que gostei bastante no jogo foi a UI. Este género de jogos é muito dependente de texto e botões e nem sempre é fácil encontrar forma de que tudo seja intuitivo, mas graças a uma separação em categorias a UI é simples e intuitiva.

Apesar de ser realmente intuitivo e acessível no início, este é um jogo que escala a sua dificuldade de uma forma brutal. Quando o clima não ajuda o jogo castiga o jogador com toda a sua força e é realmente complicado manter um bom número de pessoas saudáveis e sem fome. Quando fazemos tudo bem por outro lado é um jogo realmente gratificante. Conseguimos ver como tudo o que fizémos valeu a pena e as nossas reservas são o que salvou a população.

Endzone: A World Apart tem um percurso definido e apesar de já ter muito conteúdo e ser um jogo muito bom dentro do seu género ainda há muito para ser lançado. O trabalho já feito é impressionante e se são fãs do género acho que é mais do que altura para saltar abordo.

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