Paradise Killer é um jogo de investigação em mundo aberto que mistura uma série de conceitos para atingir algo realmente original, tanto em jogabilidade como visualmente. Paradise Killer passa-se num estranho futuro e fala essencialmente desse lugar chamado paraíso, uma terra prometida supostamente repleta de luxos e que cada um de nós idealiza de forma diferente. Como tem que existir um vilão ou problema para resolver algo corre mal e neste caso problema aparece dentro das ilhas paraíso, um lugar que parece destinado ao fracasso já que cada uma das versões da ilha acaba por terminar em desastre e a levar à criação de uma versão melhorada onde parece acontecer o mesmo, como na série Matrix. Paradise Killer toma lugar na vigésima quinta versão da ilha e desta vez há um assassino à solta.
Desenvolvido pela Kaizen Game Works, Paradise Killer traz-nos um jogo de detétivos e mistério com uma estética de vaporwave simplesmente fenomenal e uma jogabilidade de mundo aberto que realmente eleva um género que ainda está muito preso à ideia de uma visual novel. Tendo lugar fora da realidade, Paradise Island é um paraíso tropical recheado de estranhos habitantes, objectos e construções e gerido por um grupo conhecido como The Syndicate. O grupo mantém uma fé numa série de misteriosos deuses mortos e tenta fazer com que os humanos relutantes se tornem cidadãos, mas esta adoração a estes deus infelizmente atrai muitas vezes demónios e é isso que faz com que as ilhas falhem sucessivamente. Agora chegámos ao Paradise 25, e desta vez toda a liderança do Syndicate é violentamente assassinada.
Apesar do principal suspeito ter sido apanhado supostamente em pleno crime e preso, as suspeitas continuam quanto à identidade do verdadeiro culpado. A nossa personagem é Lady Love Dies, uma detetive que já foi exilada, tendo involuntariamente trazido a corrupção demoníaca para o Paraíso 13. Aquilo que praticamente todas as personagens têm em comum é um nome estranho mas que dá muita personalidade ao jogo. Lady Love Dies é chamada do exílio por uma personagem chamada Judge que parece ser realmente o derradeiro juiz para investigar esses assassinatos e com a tarefa de descobrir verdadeiro assassino. Lentamente e através da investigação vamos desvendando uma narrativa altamente envolvente que nos mantém presos até ao final.
Há cenas de crime para investigar, provas para localizar e acima de tudo diálogos com o elenco colorido de habitantes de Paradise. Qualquer tipo de provas que encontramos é automaticamente conectada à parte suspeita, mas se um link não estiver claramente definido, ele se tornará inutilizável durante o julgamento. O julgamento pode ser requerido a qualquer momento mas para ter sucesso temos realmente de explorar e encontrar provas. Paradise Killer recompensa a exploração e também existem muitos itens colecionáveis que detalham a história da ilha e a moeda do Paraíso, cristais de sangue. Estes cristais podem ser usados para várias coisas que vão desde suborno para obter informações ou desbloqueio de pontos de viagens rápidas nos sitios onde gravamos o jogo já que o jogo não tem autosave e não se cansa de nos relembrar disso.
Lady Love Dies não está sozinha na sua viagem pela verdade, tendo essencialmente a companhia de Starlight o seu portátil que também pode decifrar puzzles. Estes puzzles requerem a correspondência da imagem superior com um conjunto de símbolos fornecidos, criando novas provas. Em vez de conduzir o jogador para uma resposta correta como Danganronpa ou Ace Attorney, aqui temos uma jogabilidade completamente não linear que é bastante mais gratificante. Há uma enorme liberdade em Paradise Killer que não vimos antes e apesar de tornar o jogo muito mais complicado que os seus antecessoras é também uma jogabilidade mais profunda e que tem muito espaço para crescer.