Análise: Pendragon

Pendragon é um jogo de estratégia por turno com elementos roguelite e com uma temática que explora a lenda do Rei Artur. Pendragon pode não parecer nada de extraordinário por esta descrição mas a realidade é que é um jogo bastante interessante e original. Em primeiro lugar o jogo não pega na lenda da mesma forma que a encontramos normalmente. Aqui os heróis estão já velhos e a Britania está dominada por Mordred, cabendo ao jogador controlar os velhos e acabados heróis e ir para Camlann e salvar a nação. O final é pré-determinado, chegar a Camlann, enfrentar Mordred e vencer, mas é a viagem onde Pendragon brilha.

A jogabilidade é por estranho que pareça uma espécie de xadrez intercalado com FTL. Escolhemos um destino e normalmente acontece uma batalha aí. As batalhas não vêm em muitos formatos diferentes e normalmente baseiam-se em atingir um lugar ou derrotar ou assustar todos os inimigos. Tanto o jogador como a IA podem mover uma personagem por turno, normalmente apenas um espaço e um golpe é tudo o que é necessário para matar outra unidade. Há muito mais profundidade do que isso, há principalmente uma grande quantidade de controlo de território que permite mover vários espaços, uma postura diagonal que permite movimentar a personagem de outras maneiras mas desativa os ataques, e os personagens têm habilidades especiais. No geral é um jogo com apostas altas e temos de ter muito cuidado com os movimentos que fazemos.

Pendragon está acima de tudo mais interessado em contar uma história, e qualquer coisa que avance a história é recompensada de alguma forma, o que inclui até perder unidades. Dependendo das escolhas do jogador Geneva pode ser uma rainha amorosa que tenta desesperadamente salvar Arthur, mas se um companheiro for morto ou uma batalha a levar a uma fúria cega, essa personalidade pode mudar para ser mais vingativa. As suas habilidades também mudam e habilidades mais defensivas e baseadas em movimentos podem-se tornar habilidades que permitem que ela ataque sem se mover, ou até ataque diagonalmente.

Derrotar Mordred é o objetivo final mas o jogo tende a tratar a maioria das histórias como um tipo de sucesso e muitas destas pequenas histórias são uma razão maior para continuar a jogar do que chegar ao fim e derrotar Mordred. Cada jogo é diferente e basicamente conta uma história diferente. Os progonistas podem morrer, herois podem ser traídos pelos habitantes das aldeias por onde passam e tudo pode acontecer. Esta é face de Pendragon que o destaca da concorrência e que pode não parecer muito importante para muitos jogadores, mas que para mim é sem dúvida alguma o principal trunfo do jogo.

 

As possibilidades táticas e as histórias em evolução são misturadas com uma boa escrita e boa arte. Esta não é a  lenda tradicional de Arthur, é a história de um mundo em colapso onde os heróis lutam com os seus próprios problemas, com os gloriosos castelas em ruinas e a serem reclamados pela natureza. Infelizmente o jogo sofre de alguns problemas com o passar do tempo, já que tendemos a ver muitos eventos a se repetirem. Além disso também tem um apelo limitado para aqueles que procuram o jogo à procura de verdadeira experiência tática. Embora haja muitas jogadas inteligentes a serem feitas aqui, quando temos sucesso total o jogo tende a ser aborrecido e linear.

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