Atlas Rogues é um jogo de estratégia com elementos roguelite que se encontra neste momento em acesso antecipado na Steam. O jogo começou como um protótipo em Atlas Reactor teve o seu desenvolvimento autônomo e focou a experiência num jogador apenas. Atlas Rogues decorre num mundo muito inspirado no universo Overwatch, mas o jogo tem muito pouco foco em história e tem uma narrativa muito leve. A introdução faz um trabalho sólido de enquadrar o jogador no seu mundo e estabelecer cada um das quatro personagens principais disponíveis, mas para além da cinemática inicial única, todos os diálogos são mostrados em pop-ups e no geral não há nada de muito importante para prestar atenção.
Depois destes poucos elementos narrativos, a essência do jogo começa a tomar forma, mas sinceramente não há nada de verdadeiramente surpreendente aqui e todos os jogadores habituados ao género irão sentir-se perfeitamente em casa. Cada personagem de Atlas Rogues tem as suas próprias habilidades e power-ups personalizados e o jogo divide-se numa fase de movimento e outra de ataque que podemos dispensar a favor de mais uma fase de movimento. Todas as quatro personagens disponíveis atualmente têm os seus próprios arsenais ofensivos, que neste momento não é possível personalizar mas está nos planos futuros.
O jogo conta ainda com um número extremamente limitado de objetivos de jogo, o que aumenta ainda mais a sensação de que Atlas Rogues é um jogo de estratégia por turnos exatamente igual a todos os outros do mercado. A única mecânica que ajuda a diferenciar este título da competição é a sua persistência entre gerações. A tradição em Atlas Rogues diz que todo o esquadrão de freelancers recuou no tempo e se algum jogo resultar na morte de todo o elenco a geração acabou, mas depois tudo começa de novo com um novo lote de missões. As habilidades e desbloqueadas ao longo das gerações persistem com cada personagem e podem ser equipadas a qualquer momento, no entanto assim que uma habilidade é aplicada, ela não pode ser removida até que a próxima geração comece.
Tratando-se de um jogo em acesso antecipado podem contar uma boa dose de conteúdo indisponível ou com falhas. Algo que praticamente não existe ainda é um tutorial, além de que algumas missões estão praticamente quebradas. A jogabilidade de Atlas Rogues está no geral também um pouco crua ainda, o que é realçado pelo design de interface do usuário medíocre. No geral há uma anarquia na localização dos botões, não que não seja persistente entre as áreas do jogo, mas existem botões que parecem simplesmente escondidos. Se a IU for melhorada, a experiência pode tornar-se muito melhor, mas neste momento é quase doloroso jogar Atlas Rogues devido aos problemas nesta área.
Apesar de ter muitas arestas por limar, Atlas Rogues pode tornar-se um bom jogo do género. Ao não ser demasiado complexo e no geral ser muito tradicional, fica apenas limitado por uma UI mal construída. Se os seus criadores se mantiverem fieis ao projeto, há muito espaço para melhorar e tornar o jogo uma excelente proposta.