Fights in Tight Spaces é um jogo desenvolvido pela Ground Shatter Ltd. e traz consigo o mundo da espionagem numa forma relativamente única usando decks de combate e elementos de estratégia para trazer à vida a sua jogabilidade. Em Fights in Tight Spaces o jogado é um agente da Section Eleven, uma organização encarregada de lidar com situações que o FBI ou a CIA não conseguem. Uma organização tão secreta que lá dentro alguns nem devem saber da sua existência. Tal como o nome do jogo indica, o nosso papel como agente é entrar em compartimentos muito compactos e saia de lá com vida. É suposto conseguirmos isso recorrendo às seis cartas que custam pontos de ação. Inicialmente temos 3 pontos de ação por turno, mas conseguímos melhorar isso com itens e melhorias.
Usando esses pontos de ação de forma eficiente é a chave para o sucesso. Quem gosta de jogos de estratégia por turnos irá ter aqui uma experiência muito gratificante já que as regras são essencialmente as mesmas. Não podemos simplesmente jogar cartas aleatórias e esperar um resultado decente, muito pelo contrário, temos que medir cada carta. Por exemplo, se jogarem uma carta que empurra um adversário uma casa têm que ter noção que não podem atingi-lo a seguir. São escolhas e estratégias que vamos dominando aos poucos e Fights in Tight Spaces consegue ser um jogo realmente inteligente.
Visualmente Fights in Tight Spaces tem um estilo de arte minimalista que me fez lembrar muito o estilo visual de Super Hot, com personagens desenhados em tons únicos contra fundos brancos e cinza. O contraste da nossa personagem em cores escuras com os inimigos de cores vibrantes é realmente bom. Cada movimento do jogo tem um aspeto deslumbrante e a ação é realmente satisfatória de ver. O movimento é rápido e nítido, especialmente graças ao contraste entre as personagens e o fundo. Os níveis são dispostos como um jogo de tabuleiro e há uma boa dose de sorte envolvida. A variedade da jogabilida é conseguida através de objetivos específicos. Esses objetivos fazem com que seja muito importante mudar de estratégia e pensar em ser mais ou menos agressivo por exemplo, dependo se temos que salvar um refêm ou imobilizar todos os inimigos. Um objetivos mais conservador também nos obriga a prioritizar alvos que de outra forma deixaríamos para último por exemplo.
A progressão de Fights in Tight Spaces vem na forma de novas cartas para escolher, e decks desbloqueáveis que mudam o fluxo do combate. Existem também vários tipos de missões diferentes que incluem reféns e outros tipos de armas. Usar diferentes execuções desbloqueáveis ou mudar os decks dá ao jogo uma sensação nova. Por vezes podemos ficar aborrecidos de ver sempre os mesmos movimentos e jogar sempre com as mesmas rotinas e por vezes um novo deck ou simplesmente umas cartas novas podem fazer a diferença. Fights in Tight Spaces é neste momento já muito viciante, mas o facto de ainda se encontrar em Early Access pode ser um problema neste caso, já que quando finalmente for lançado pode já não ser sequer relevante para os jogadores iniciais. Este é um problema que tenho com muitos jogos em acesso antecipado, mas enquanto que alguns jogos têm muitas mecânicas para explorar e podem chamar de volta os jogadores com facilidade, a simplicidade de Fights in Tight Spaces pode não conseguir fazer o mesmo.
Fights in Tight Spaces é um jogo realmente inteligente com puzzles bons e jogabilidade viciante. Tem aquele poder de nos agarrar durante horas com o pensamento do “só mais um”. Se gostam de estratégia por turnos é um jogo a ter em consideração.