Análise: Retro Machina

Retro Machina é uma nova aventura do estúdio brasileiro Orbit Studio. É um jogo repleto de puzzles e mistérios, mas apesar do bom aspeto e design, Retro Machina acaba por ser uma experiência frustrante graças a mecânicas um pouco datadas e decisões pouco felizes no desenvolvimento. Retro Machina baseia-se na exploração das ruínas da humanidade, com o mundo e estruturas agora habitadas por autómatos. O jogador controla um robô sem nome que é considerado defeituoso e é forçado ao exílio. O jogador segue a sua história enquanto ele se terna consertar.

Uma das principais mecânicas do jogo é a habilidade que o nosso robô tem de controlar outros robôs, desde que estes se encontrem dentro do alcance. os robôs podem ser conectados ao jogador e operar em conjunto, simulando uma abordagem cooperativa para resolução dos puzzles e também para o combate. Os puzzles que envolvem esta mecânica são interessantes e variados, mas quando é utilizada em combate é muito menos interessante e pouco prático. Na resolução de puzzles não há grande problema, no entanto o controlo do robô é lento e desajeitado.

É na apresentação e som que o jogo se destaca. Todos os ambientes são desenhados à mão e visualmente é uma verdadeira homenagem ao estilo vintage e Art Deco da década de 20. O design de som e a banda sonora são elaborados. Os efeitos sonoros fazem com que tudo o que fazemos no jogo pareça ter impacto e a banda sonora encaixa em cada momento do jogo de forma brilhante. É realmente pena que existam elementos menos conseguidos no jogo já que em termos de apresentação é um jogo realmente interessante e cativante.

Retro Machina poderia também ser descrito como um Metroidvania, já que é composto por um mundo aberto, com uma boa quantidade de backtracking, com o mundo a abrir-se aos poucos à medida que vamos resolvendo puzzles e acedendo a novas áreas. A navegação pelo mapa do jgoo é por outro lado confusa, especialmente porque o mapa não é muito preciso. Como temos de passar várias vezes pelo mesmo sítio, também é um pouco difícil avaliar o nosso progresso por vezes. Embora os puzzles sejam a melhor parte do jogo, por vezes parece que são uma espécie de recompensa por conseguir chegar até eles.

Se os puzzles são o melhor aspeto do jogo, o combate é o pior. Infelizmente os criadores do jogo parece não se terem dado conta disso, já que o combate é talvez o aspeto mais substâncial do jogo. O nosso robô está armado com uma chave inglesa e um punhado de habilidades, mas nunca sentimos que ele seja forte. O combate tem muitos defeitos, mas aquele que mais afeta a diversão que temos com o jogo é a falta de poder da nossa personagem. Por vezes parece que não estamos a fazer absolutamente nada ao atacar os inimigos e isso é realmente frustrante. Se não fosse o combate, Retro Machina poderia ser efetivamente melhor, não que o combate não encaixe no jogo, mas se era para o incluir, deveria ter vindo de forma melhor ou simplesmente diferente.

Retro Machina poderia ser um bom jogo, mas o combate não deixa. Tem no entanto bons elementos que podem agradar a alguns jogadores. Infelizmente o combate é um parte fundamental do jogo e não acredito que muitos jogadores o achem satisfatório.

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