Análise: Alex Kidd in Miracle World DX

Alex Kidd in Miracle World DX é um jogo que está na memória de todos os jogadores da Sega Master System. O jogo tornou-se na altura popular o suficiente para ser até incluído na memória da consola. Apesar de ser um clássico, não é de todo um jogo tão bom como muitos outros clássicos da mesma era. Há muito para gostar no jogo, mas também deixa muito a desejar em muitos aspectos, desde mecânicas de jogo baseada em sorte até itens essenciais que podemos simplesmente deixar passar se não tivermos atenção. Todos estes problemas fazem no entanto que um remake faça ainda mais sentido do que muitos outros jogos.

Por muito que goste de revisitar alguns jogos em formato remake ou remaster, sou da opinião que devíamos refazer mais depressa alguns jogos com bons elementos mas que tiveram algumas falhas como Alex Kidd do que jogos praticamente perfeitos lançados há menos de 5 anos. Alex Kidd in Miracle World DX podia ser realmente uma excelente oportunidade para resolver todos os problemas do jogo e oferecer mais e melhor daquilo que os jogadores gostaram do original. Infelizmente os criadores deste remake decidiram reforçar os elementos que não funcionaram no original, como se não tivessem percebido minimamente aquilo que os fãs gostaram e não gostaram no original.

Felizmente há coisas que este novo Alex Kidd in Miracle World DX faz realmente bem. Primeiro, é extremamente bonito, com cores brilhantes e uma arte pixel soberba. Os níveis irão parecer familiares, mas com uma cara nova e sinceramente, é bem mais bonito do que estava à espera. Não é um daqueles remakes que tornam o jogo irreconhecível, todos os níveis irão parecer familiares. A única crítica que posso fazer aos visuais do jogo é que alguns modelos parecem um pouco genéricos, ao contrário do original que tinha um estilo mais icónico. A banda sonora sobreviveu ao remake com novos arranjos e com novas músicas adicionadas à mistura. O original não tinha propriamente muitas músicas, mas as que tinham eram cativantes e os novos arranjos apenas melhoram tudo.

O jogo conta ainda com um modo clássico que pretende ser praticamente igual ao jogo original. Infelizmente, não é. É um daqueles momentos em que sabemos que algo está errado mas não sabemos exatamente o que é. Algumas coisas são fáceis de identificar, como os efeitos sonoros que não batem certo, mas no que toca à jogabilidade é algo que apenas temos noção ao jogar. Quanto ao restante jogo temos essencialmente o que descrevi acima, a permanência de escolhas de design que não funcionaram na altura e continuam erradas todos estes depois, como a retenção de mecânicas de pedra, papel, tesoura como uma mecânica principal. Existem formas de contornar este problema, mas introduzir mecânicas de sorte num jogo deste género, especialmente uma que nos faz perder vidas não faz sentido.

Acaba por ser bastante complicado criticar um remake por ser demasiado parecido com o jogo original, mas neste caso é muito difícil não o fazer. Quando as alterações feitas não acrescentam em nada à qualidade do jogo e aquilo que poderia ter sido melhorado não foi, algo de errado aconteceu na concepção do jogo. Alguns bosses clássicos foram alterados, mas nenhum no melhor sentido, normalmente alterando uma curva de dificuldade que era bem melhor no jogo original. Os níveis novos não são maus, muito pelo contrário, mas nenhum é melhor do que qualquer um dos originais,

Alex Kidd in Miracle World DX podia ser um jogo fantástico. Pegar no original e apenas melhorar o que não resulta poderia fazer de Alex Kidd in Miracle World DX um jogo memorável em todos os aspetos. Continua a não ser um jogo mau e os fãs até poderão gostar bastante, mas a qualidade do jogo poderia ser bastante melhor com algumas escolhas mais acertadas.

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