Análise: Metal Unit

A qualidade dos jogos indie há muito tempo que está a níveis muito elevados. Atualmente não existe muito a separar aquilo que um grande estúdio nos apresenta daquilo que uma pequena equipa indie é capaz de fazer, pelo menos em certos géneros mais contidos, onde a paixão pelo projeto é bem mais importanto que o orçamento. Isto também faz com que cada vez sejamos mais exigentes com os jogos indie. Se Metal Unit poderia facilmente passar por um jogo excelente há uns anos, atualmente dada a exigência da concorrência, acaba por ficar atrás em algumas componentes.

Metal Unit quer ser o próximo grande jogo do género, dando ao jogador as armas e itens necessários para o ser. Com algumas misturas e desafios divertidos, é definitivamente o tipo de roguelike que impressiona nas primeiras horas, mas o design visual e uma narrativa fraca acabam por ser as razões que nos fazem dizer, já joguei melhor. Mas essa acaba por ser a maior crítica que posso fazer ao jogo. Há muito para gostar aqui e os fãs irão gostar bastante, até porque provavelmente já jogaram e se fartaram da concorrência.

Os visuais do jogo são mais subjetivos. Se não gostarem de visuais inspirados em anime irão odiar Metal Unit, independentemente de tudo o resto. Visualmente tem aquela carga ligeiramente sexual que muitos jogos inspirados em anime têm e se têm um problema com isso é portanto um jogo a evitar. Nada no jogo tem essa conotação além dos visuais, pelo menos posso dar essa garantia. Metal Unit é um jogo de plataforma 2D com uma estrutura roguelike. Controlamos o mech Unit 11 de Joanna e com ele atravessmos um conjunto de biomas de vários níveis, cada um com um boss no final. Em cada um desses pequenos níveis temos peças de equipamento, algumas moedas de ouro, algumas moedas que permitem melhorias permanentes.

Além destas áreas temos a área central, que visitamos sempre que morremos e aqui podemos visitar lojas e conversar com NPCs. Existe uma boa variedade aqui, com lojas como o ferreiro que permite fabricar novos itens ou lojas de poções. Como em praticamente todos os roguelike, Metal Unit retira aos jogadores todos os equipamentos e ouro após a morte, embora algumas armas e armaduras possam ser encontrados numa consola junto ao quarto de Joanna. Existem sete slots que podem ser fixados com peças de equipamento personalizadas. Ganhar XP com essas armas e subir de nível permite ao jogador protegê-las para corridas posteriores. A quantidade armas é gigante e a minha única crítica é que por vezes estas armas são tão poderosas, pelo menos visualmente, que todo o ecrã fica de tal forma caótico que acabamos por levar dano que poderia ser facilmente evitado. A quantidade de itens também faz com que algumas corridas sejam amaldiçoadas com maus itens. Quando existem uma pool com tantos itens para escolher é normal que existam também muitos que são maus, ou pelo menos menos bons.

Metal Unit é um jogo que irá agradar aos fãs do género. Infelizmente esses mesmos jogadores irão sentir que já jogaram este jogo antes, mas melhor. É um jogo que acaba por sofrer mais porque é inevitavelmente comparado a outros do mesmo género que são melhores. Isto não retira valor ao jogo, mas por comparação acaba por ficar atrás.

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