Death Stranding: Director’s Cut era quase inevitável. Vindo o jogo da mente de quem vem era uma verdadeira desgraça se o jogo não chegasse à PlayStation 5. Sim já podiam jogar a versão anterior na nova consola da Sony, mas um jogo como Death Stranding merecia uma versão melhorada pensada para a nova geração. Esta análise não irá cobrir o jogo base, apenas falará um pouco das alterações desta versão. Podem ler a análise original aqui.
Se estiverem a ler com atenção verão que não falei de conteúdo novo e a verdade é que não existe muito para falar. Esta não é uma daquelas versões definitivas com todos os DLCs e extras porque também o jogo original não recebeu grande conteúdo após o lançamento. Death Stranding: Director’s Cut é como o nome indica uma versão do jogo ainda mais próxima da visão de Hideo Kojima. O jogo permanece a simulação de entregas com uma mística muito própria onde jogamos com o carteiro apocalíptico, Sam, tentando reviver uma América completamente arrasada por uma explosão sobrenatural. E isto é o máximo que vou falar sobre algo que não mudou em nada.
O impacto visual é tremendo nesta versão para PlayStation 5 e esta aprimora de forma brilhante a visão de ficção científica de Kojima. A paisagem rural sombria já era memorável na consola anterior, mas aqui é tirar o fôlego. A atmosfera em si já era digna de um filme, mas todo o jogo parece ganhar ainda mais vida com as pequenas melhorias gráficas. Além disso agora temos o suporte para áudio 3D, que coloca os sons naturais muito além da capacidade da PlayStation 4. O mundo de Death Stranding ganha vida e para aumentar essa sensação de imersão, temos o suporte ao controlador Dual Sense.
Os gatilhos adaptativos oferecem muito mais resistência quando Sam está sobrecarregado de carga, dando-nos uma sensação física da sua luta para se manter em pé. Ao mesmo tempo, o feedback tátil dá-nos um tremor toda vez que da-mos um passo pesado, acentuando seu contato físico com a terra. Já referia anteriormente que o comando da PlayStation 5 é para mim uma evolução ainda mais acentuada esta geração do que a própria consola e Death Stranding: Director’s Cut faz um excelente uso desse recurso.
Mas apesar de não ser esse o foco, existe realmente conteúdo novo. A maser gun e o mapeamento aprimorado aparecem para essencialmente facilitar aos recém-chegados o que antes era um ato de abertura bastante obtuso. Há também novas missões secundárias que se integram bem com a história geral, ao mesmo tempo que oferecem novas localizações para explorar. Existem também novas maneiras de viajar, incluindo uma catapulta de carga e botas resistentes a quedas. Quem já comprou a versão para PlayStation 4 tem um custo baixo e que o jogo justifica com estas pequenas alterações. Sinceramente cobrar um valor para receber o mesmo jogo numa nova consola não faz grande sentido, mas se o jogo trouxer pequenas melhorias como é aqui o caso, então a minha opinião é bem mais favorável.
Death Stranding: Director’s Cut não deixa de ser um jogo estranho que muitos jogadores irão experimentar e apenas parte irá realmente gostar. Não é um jogo que eu considere ser apelativo para as massas, mas é um jogo realmente soberbo, não apenas visualmente, mas quando abraça a veia experimental de Kojima.