Por vezes passam-me jogos pelas mãos em que me questiono verdadeiramente sobre o porquê de existirem. Não quero questionar os seus criadores, mas jogos como Mira’s Brush não têm espaço na Steam, ou não deveriam ter. Por muito que não goste de gabar a loja da Epic, a verdade é que o conteúdo lá presente é em percentagem de calibre mais alto. O facto de Mira’s Brush ser um jogo em acesso antecipado então é quase um crime.
Quando o malvado senhor Coronel Blunt entrou no castelo e roubou o cristal colorido da imperatriz, uma rapariga comum chamada Mira vai resgatá-la e tem a tarefa de restaurar as cores de Chromaland. Usando o seu pincel mágico, ela pode roubar as cores dos inimigos do mundo. Inspirada pela arte da pintura, o método único de Mira para deixar os inimigos ilesos é roubar as suas cores e deixá-los na forma monocromática. Dessa forma, ela pode tocar, saltar ou andar sobre eles. Mira’s Brush pretende atrair os jogadores com o seu uso intenso de cores variadas, uma enorme quantidade de inimigos bizarros e tentativas mal concebidas de estabelecer diálogos engraçados.
Infelizmente o jogo falha na grande maioria dos objetivos a que se propõe e algumas ideias que estão no centro da sua jogabilidade não funcionam. O uso da cor por exemplo tornam o jogo confuso e difícil de ler e jogar. Para um jogo que deseja que os jogadores leiam os seus diálogo, o jogo parece focado em tornar a experiência de o fazer o mais desconfortável possível, com mudanças bruscas de zoom e outros problemas. Ocasionalmente, os diálogos saltam automaticamente sem razão e outras vezes nem avança depois de carregar no botão.
Mira’s Brush está em acesso antecipado, mas sinceramente não vejo grande futuro para o jogo. A experiência está praticamente toda presente e mesmo com os seus problemas podem jogar todo o jogo, não que recomenda que o façam. Os problemas de Mira’s Brush não se resolvem com tempo, apenas com um recomeço, algo que não acredito que vá acontecer. É um jogo feio, com maus níveis, má jogabilidade e desinspirado.
