Análise: Epic Chef

Graças ao seu nome e algumas imagens que vi antes de começar a jogar fiquei com a impressão de que este seria mais um jogo simulação de cozinha. Felizmente Epic Chef é bem mais do que isso e foi até uma agradável surpresa, não pela sua qualidade geral, mas por muitos dos seus conceitos e visuais.

Epic Chef tem lugar na cidade de Ambrosia, e o jogador assume o papel de Zest que é atirado para fora de um navio quando ele para nas docas da cidade logo no início do jogo. Depois de conhecer alguns dos residentes locais descobrimos que pelo menos o destino devia ser o pretendido por Zest já que tinha acabado de adquirir uma propriedade ali. Com ajudar chegamos ao local que para surpresa de Zest é enorme, no entanto todos lhe dizem que o local está assombrado. Depois desta introdução ao jogo e de dormirmos a primeira noite o jogo mostra-nos por fim o que irá ser na verdade e na realidade é um jogo muito parecido com Stardew Valley, com menos foco na agricultura e mais na culinária, mas em tudo semelhante.

Cozinhar é o foco principal do jogo. Depois de o jogador cultivar e colher uma seleção de produtos diferentes, pode começar a trabalhar na criação da sua própria obra-prima culinária. Fazer isso é surpreendentemente simples, bastando selecionar os ingredientes escolhidos e juntar tudo numa panela, um de cada vez e mexer. Basicamente tudo se resume a não deixar queixar e a chave para criar a melhor refeição possível é garantir que escolhemos ingredientes que criem boas ligações entre si. O jogo indica claramente quais ingredientes combinam bem antes e embora possamos experimentar diferentes tipos de refeições, sabemos logo o que é que vai funcionar bem. A maioria das refeições que preparamos será preparada em confrontos om os outros chefs de Ambrosia para satisfazer o paladar de um juiz, portanto não há grande razão para inventar algo que sabemos que não vai funcionar bem.

Existem atividades fora da cozinha também. A maior parte do tempo irá ser passada em casa, cortando árvores, juntando recursos e cultivando produtos. A mecânica agrícola é ensinada no início do jogo e é muito mais simples do que em outros jogos do género menos focados na culinária. Tal como em Stardew Valley podemos atribuir os itens que mais usamos ​​à barra de atalhos na parte inferior do ecrã, o que nos permite acelerar algumas tarefas e acelerar é algo que iremos sentir que precisamos de fazer já que no geral o jogo é bem lento. A jogabilidade fora da cozinha não é o ponto forte do jogo. Logo o primeiro impacto do jogo não é o mais feliz. O movimento da personagem por exemplo não é natural, parece que largamos o botão e ela continua a dar uma série passos até parar e da mesma forma parece demorar umas frações de segundo a mais a começar a mover-se depois de pressionar uma tecla. Felizmente este não é um jogo onde precisemos de reações rápidas.

O principal problema de Epic Chef é que vai buscar praticamente todas as suas mecânicas a outros jogos e além de não parecer muito original por causa disso, também não executa estas mecânicas melhor que os outros jogos, pelo contrário, parecem ficar sempre aquém. O movimento que parece estranho que referi anteriormente é também extremamente lento e demoramos eternidades a ir de um lado para o outro, mesmo auxiliados por uma montada que recebemos bem cedo. Outras decisões também são bem mais prejudiciais para o jogo do que havia necessidade de serem. Não podemos por exemplo gravar manualmente, apenas dormindo, o que não faz qualquer sentido na minha cabeça.

Pessoalmente gostei de Epic Chef. Acho que há muito para gostar aqui, no entanto o jogo torna-se frustrante em alguns aspetos onde não tinha necessidade nenhuma de ser. Acho sinceramente que alguns jogadores irão gostar bastante de Epic Chef, mesmo com todos os defeitos que referi e isso demonstra que nem sempre um jogo com problemas está condenado a fracassar.

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