Análise: Marvel’s Guardians of the Galaxy

O MCU tornou-se um fenómeno no mundo do cinema. A escala do universo criado pela Marvel é digno de estudo, no entanto no mundo dos jogos o sucesso não tem sido propriamente igual, longe disso. Se por um lado temos o Homem-Aranha da Insomniac a ser fenomenal, por outro temos o Marvel’s Avengers da Square Enix a ficar longe das intenções da editora. Mas nem tudo foi mau em Marvel’s Avengers e o jogo continua a receber conteúdo e parece que irá continuar durante o próximo ano.

Foram essencialmente os aspetos de “Live Service” do jogo que falharam, com a história a ser elogiada. É portanto muito bom ver que Marvel’s Guardians of the Galaxy não tem qualquer aspeto “Live Service” e portanto tem tudo para ser uma história de sucesso, bastando manter a qualidade do resto do jogo, algo que não faz, já que é em tudo superior a Marvel’s Avengers.

O grupo de guardiões da Marvel é feito para um jogo. Todos eles são variados, com habilidades próprias e personalidades que assentam na perfeição num jogo de ação. Se existe algum aspeto que me tenha desiludido aqui é o facto de não podermos jogar com outros guardiões. Aqui jogamos o jogo inteiro na perspectiva de Peter Quill (Star Lord) e é ele que dá comandos e pede ajuda do resto da equipa. Podemos fazer combinações de habilidades de cada um dos outros guardiões em combate e exploração, utilizando as suas habilidades para danos brutais ou pedindo ajuda para abrir uma porta por exemplo. Se estavam à espera de trocar livremente entre as personagens por exemplo, podem ficar um pouco desiludidos, mas confiem em mim, não irão ficar desiludidos com o jogo como um todo.

A história de Marvel’s Guardians of the Galaxy começa com os nossos guardiões a serem já uma equipa sólida, tão disfuncional como uma equipa sólida deve ser. Eles vivem a bordo da nave Milano enquanto viajam pelo espaço sideral a recolher recompensas por concluir trabalhos pouco legais. A galáxia está a tentar recuperar de uma guerra de 12 anos contra os Chitauri e Quill, que abandonou os Ravagers após a guerra, luta para guiar o seu grupo de um desastre para o desastre seguinte. O grupo a que estamos habituados está presente, cada um com a sua história de origem e o jogo consegue oferecer histórias ricas e que irão entreter os jogadores.

A história é contada em capítulos e o jogador entra numa jornada linear onde iremos encontrar algumas das personagens mais conhecidas da Marvel. Os vários crimes cometidos pelos guardiões acabam por causar problemas ao grupo e este é enviado a um navio da Nova Corps para pagar uma multa que nos faz encontrar o Grande Unificador Raker, que lidera o culto The Universal Church of Truth. Esta terrível seita religiosa segue os eventos da banda desenhada e pelo caminho encontramos outras personagens fantásticas como Cosmo, o cão espacial telepático russo ou Lady Hellbender, uma colecionadora de criaturas exóticas.

Visualmente Marvel’s Guardians of the Galaxy é simplesmente soberbo. Apesar de ser essencialmente um jogo ainda para o hardware da geração anterior, o facto de ser um jogo linear, onde temos acesso a alguma exploração mas é uma vertente limitada do jogo, faz com que os ambientes tenham sido trabalhados e a maioria das zonas que são essencialmente arenas de combate têm um aspeto muito bom. Knowhere por exemplo é um local recheado de neon e destaca-se pela qualidade visual. Além disso tudo isto é aprimorado pelos belos céus que podem ser qualquer coisa, desde as profundezas do espaço até a imponente paisagem urbana da cabeça celestial de Knowhere.

Outro aspeto em destaque é o combate, tão fluido como poderia ser e com um ritmo soberbo. Como Star Lord temos acesso às suas armas e com o tempo uma série de poderes e habilidades. O verdadeiro dano no entanto vem ao utilizar os nossos companheiros e criar ligações entre as suas habilidades. Os guardiões podem armazenar quatro habilidades, com cada uma a ser útil em situações específicas do combate. Durante a batalha, isso torna-se um pouco complexo mas gratificante e ao final de algumas horas, finalmente entramos no ritmo e o jogo torna-se ainda mais gratificante. As habilidades podem ser melhoradas através dos pontos de habilidade que vamos ganhando para as tornar ainda mais poderosas.

Cada personagem tem essencialmente uma função. Groot por exemplo é essencialmente uma personagem de suporte, curando-nos e tornando os inimigos vulneráveis. Gamora inflige dano considerável num inimigo único e Drax ajuda a dispersar e destruir os inimigos num combo final. Rocket Racoon por outro lado é mais focado em dano em área. O combate contra inimigos normais é bom, mas tudo culmina na derradeira experiência do jogo, os combates contra os bosses. Cada um tem a sua particularidade e vão existir vários favoritos em cada jogador que jogue o jogo até ao fim mas não entrarei em mais detalhes, fiquem apenas com a ideia de que irão gostar particularmente deste aspceto de Marvel’s Guardians of the Galaxy.

Marvel’s Guardians of the Galaxy é simplesmente fantástico. Visualmente agradável, com uma banda sonora fenomenal para quem gosta de sonoridades mais pesadas, um combate super fluido e gratificante, combates contra bosses memoráveis e diálogos hilariantes. Talvez fizessem falta alguns segredos para descobrir, alguma exploração extra, mas no geral este é o tipo de experiência que eu quero quando penso num jogo da Marvel.

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