Análise: Sunshine Manor

Sunshine Manor é um jogo que se propõe a uma tarefa nada fácil, oferecer um survival horror num jogo 8bit. O jogo segue a história do senhor Aitken, um apresentador de um programa infantil que ao se deparar com a falta de sucesso do programa faz um pacto com uma cartomante para inverter a sua sorte. Anos depois, The Sunshine Hour, o programa, é um sucesso, mas Aitken não se sente realizado, já que apesar de ser sucesso financeiro, está cansado e pronto para se retirar. Infelizmente o pacto que fez volta para o atormentar e a cartomante usa magia negra para o obrigar a atrozes de violência.

A nossa aventura começa alguns anos depois, quando três raparigas entram na abandonada Sunshine Manor numa noite de Halloween. Rapidamente as duas são capturadas. Depois de afugentar os captores, a última rapariga, ADA, encontra um fantasma de uma criança que lhe pede ajuda. Pessoalmente não conheço o trabalho anterior do estúdio que criou Sunshine Manor mas Sunshine Manor tem ligação ao seu anterior jogo, Camp Sunshine. Felizmente é uma prequela e portanto os acontecimentos aqui não dependem dos acontecimentos do futuro do jogo anterior, no entanto se procuram jogar “tudo” talvez comecem pelo jogo anterior.

Criar um survival horror num jogo 8bit não é linear mas o jogo começa no bom caminho. A atmosfera encaixa perfeitamente e há sempre uma onda de terror por todo o lado. Ada consegue utilizar algumas habilidades mágicas e apesar de nunca aprender novas habilidades ao longo do jogo tem sempre as duas iniciais. A primeira lança um circulo mágico que atordoa os inimigos e outra que lhe um boost de velocidade. Ambas as habilidades drenam um medidor de energia e não existe forma de aumentar a sua capacidade. Além de usar magia, Ada também encontra várias ferramentas descartáveis, desaparecendo assim que cumprem o seu propósito. A maioria é necessária para resolver puzzles bastante intuitivos.

A ação do jogo é efetivamente dividida entre duas seções diferentes. Temos de explorar a mansão, encontrar um fantasma em perigo, ajudá-lo e em seguida, entrar na masmorra para salvá-lo. A maior parte do horror ocorre nas porções de exploração, já que existe uma criatura a aparecer inesperadamente. Embora as masmorras também tenham alguns elementos de horror. Conforme o jogo avança, as seções de exploração ficarão mais complexas, com novos inimigos e perigos a aparecer de forma progressiva. Os combates contra bosses ocorrem apenas nas masmorras. À medida que vamos conhecendo os sistemas do jogo, os perigos vão perdendo força, mas isso é normal num jogo de terror, quando percebemos o que o faz funcionar normalmente perde o impacto.

Existe uma mão cheia de combates contra bosses e são todos desafios realmente distintos e divertidos. Não existem bosses em todas as masmorras e é realmente pena porque os bosses são um dos melhores aspetos do jogo. Sunshine Manor é um jogo bastante curto mas tem vários segredos para descobrir. Jogar de forma seguida para chegar ao fim o jogo não deverá demorar mais de três horas. Se o preço pedido pelos seus criadores for justo eu não tenho problemas com jogos curtos, até porque normalmente são os criadores que ficam a perder quando criam jogos demasiado curtos já que correm o risco de os jogadores tirarem partido da política de refund da Steam.

Sunshine Manor cumpre muitos dos objetivos a que se propõe. Consegue mostrar terror mesmo numa estética 8bit e o jogo está recheado de bons pormenores visuais também. É um jogo com jogabilidade equilibrada e bastante criativo e sendo que é já o segundo jogo neste “universo” acho que há ainda espaço para crescer mais.

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