Análise: Sam & Max: Beyond Time and Space

É sempre bom ver o regresso de séries amadas pelos fãs, seja com novos jogos ou relançamentos de qualidade. Obviamente todos queremos a continuação das aventuras das nossas personagens favoritas, mas se Crash Bandicoot 4: It’s About Time existe essencialmente devido à existência do remake da trilogia, também acredito que apenas podemos receber um novo Sam & Max se a trilogia de aventuras mais recentes for refeita primeiro. Os três jogos foram lançados por episódios há já algum tempo e estão demasiado afastados das luzes da ribalta para justificar novas aventuras, especialmente com tão boas histórias prontas para contar novamente para os fãs antigos e criar novos.

Muitos podem lembrar-se destes três jogos mais ou menos recentes, mas Sam & Max são bem mais antigos do que isso, existindo à mais de 30 anos, primeiro em forma de banda desenhada e chegando aos jogos em 1993. Sam & Max: Save the World foi re-lançado o ano passado, tendo direito a um remake muito bom e fiel ao original. Depois disso fiquei na expectativa de ver a segunda temporada a ter o mesmo tratamento e ainda bem que tal aconteceu.

Quem conhece as personagens sabe que são um par de detectives privados que funciona muito bem em conjunto, muitas vezes por serem tão incompetents os dois, mas também se completam muito, com Sam a ser o cão que parece saído de um film noir com o seu fato e fedora e Max, uma espécie de coelho hiperativo que por ele resolvia tudo à lei da bala. A comédia é o ponto forte das personagens e todas as três temporadas originais são hilárias.

Sam & Max: Beyond Time and Space consiste em cinco episódios que foram originalmente lançados separadamente. A história começa no primeiro capítulo com um paranóico Pai Natal e vai tornando-se mais absurdo a cada novo capítulo, com ilhas exóticas e alienígenas à mistura. Todos os episódios estão interligados e existem vários momentos brilhantes. O mundo de Sam & Max tem tanto de absurdo como de fascinante e todo o diálogo está muito bem escrito. A aventura que resulta é verdadeiramente divertida, tanto pelos acontecimentos como pelas personagens coloridas que conhecemos, mas também pelo par de detectives que têm sempre algo divertido para dizer.

Em termos de jogabilidade não há muito a dizer. O jogo segue os moldes de um jogo point and click, sendo muito semelhante ao jogo anterior nesse aspeto. Podemos investigar objetos e sobretudo interrogar personagens para resolver um crime ou mistério. Existem alguns mini-jogos pelo caminho que trazem alguma bem vinda variedade ao jogo também e estes jogos são surpreendentemente divertidos. Nestas partes o jogo parece acelerar um pouco de ritmo, mas no geral é um jogo lento, especialmente porque usa uma daqueles lógicas particulares do género em que a solução é óbvia, mas de uma forma absurda. Muitas soluções parecem um pouco arbitrárias também e caso não queiram de todo consultar um guia podem acabar por esticar um pouco as duas horas que deveria demorar a terminar cada capítulo.

Visualmente o tratamento é basicamente o mesmo do jogo anterior. O grafismo HD dá nova vida ao jogo e os videos estão muito melhores agora. Este é um remaster bastante mais cosmético do que outra coisa também, por isso não é de admirar que o foco fosse em tornar este jogo o mais “bonito” possível mantendo-o o mais próximo possível do original possível. Se gostam dos originais ou simplesmente do género e por alguma razão nunca jogaram um Sam & Max esta é uma excelente oportunidade de entrar no mundo e acredito que se as vendas forem boas teremos uma aventura realmente nova em breve.

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