Análise: YUKI

Não é fácil adaptar todos os género à realidade virtual. Alguns géneros funcionam definitivamente melhor que outros e um dos que mais tem recebido bons jogos é o género bullet-hell. Quem já jogou algum destes jogos no seu formato tradicional sabe que são normalmente jogos 2D. A terceira dimensão é realmente complicada de incluir no formato tradicional, tornaria o jogo demasiado difícil. No entanto em VR a realidade é outra e o género tem encontrado aqui nova vida. O mais recente desses jogos é YUKI, um jogo de inspiração anime e que apresenta uma série de boas ideias e boa execução.

Além de bullet-hell YUKI é também um roguelike, onde o objetivo é essencialmente progredir o máximo possível sem morrer. Quando finalmente morremos temos de começar tudo de novo, normalmente com alguma forma de progresso permanente a ser adicionado à mistura. História de fundo e narrativa não são uma grande preocupação aqui, YUKI é sobretudo sobre o seu combate. Sejam inimigos normais ou um boss, o combate é o foco. YUKI é uma personagem de anime com o estilo colorido a que estamos habituados, com o jogo a estar recheado de cores fortes e neon.

A jogabilidade é bastante simples também. Podemos mover a personagem agarrando YUKI com uma mão e o resultado é uma experiência bastante confortável, já que os níveis rodam automaticamente a um ritmo constante. Isto também significa que o nosso próprio movimento é essencial e torna a sobrevivência muito mais fácil. Todos os inimigos concentram as suas atenções em Yuki e se tivermos espaço suficiente é bastante simples esquivar os ataques inimigos. Portanto, ter uma boa área limpa é essencial, pois é muito fácil esquecer onde estamos num jogo VR e coisas costumam acabar partidas pela sala.

Mas há mais do que esquivar em YUKI e a nossa personagem tem algumas habilidades também. Existem duas habilidades fixas que carregam gradualmente em cada comando, um escudo para quando as coisas realmente se complicarem e uma bomba de gelo para parar os inimigos. Eliminar os inimigos premeia-nos de diversas formas. Primeiro ao não morrer que é objetivo principal do jogo e o outro é na forma da moeda do jogo, as orbes azuis. Estas podem ser gastas numa loja quando morremos para comprar novos power-ups. Ao ultrapassar algumas metas no jogo recebemos também novos fatos para a Yuki, com algumas diferenças nas suas estatisticas.

Um problema nesta abordagem é que parece que temos de completar o jogo pelo menos uma vez para termos acesso a tudo o que o jogo tem para oferecer. Não tenho nada de muito positivo a dizer sobre isso. Quando um jogo é bom não me importo de repetir tudo, mas prefiro alguns níveis extra ou dificuldade acrescida nessas ocasiões e não o facto de utilizar alguns fatos que gostava de ter experimentado da primeira vez que joguei.

YUKI é acima de tudo um bullet-hell bastante competente que por acaso é um jogo VR. É também um jogo que funciona por ser VR, já que num ecrã normal seria quase impossível de jogar. YUKI é verdadeiramente divertido de jogar e mesmo com os seus pequenos defeitos é uma excelente adição a qualquer biblioteca de jogos de VR.

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