Análise: Trash Sailors

Sempre que jogo um jogo como Trash Sailors não posso deixar de referir Overcooked, principalmente porque considero que foi o jogo que mais inspirou os jogos de multiplayer cooperativos onde vários jogadores trabalham em conjunto para completar um objetivo. Todos os jogos do géneros lançados até agora têm uma espinha dorsal semelhante e se olharmos com atenção conseguimos seguir uma linha que se originou em Overcooked.

Trash Sailors é um jogo desenvolvido pela Klucky Machine e publicado pela tinyBuild e apesar de ser mais uma divertida proposta dentro do género é também um jogo com alguns problemas grandes. Não há realmente uma história em Trash Sailors, em vez disso, há um setting que serve de desculpa para a ação. Um tsunami de lixo inundou o mundo e um grupo de sobreviventes tem que navegar pelo mundo alagado. O objetivo de cada nível é simplesmente ir do ponto A ao B, com o cenário a mudar à medida que a tripulação avança cada vez mais no oceano de lixo do jogo, passando por todo o tipo de ambientes.

A jogabilidade assenta essencialmente na mecânica única de manter a pequena jangada a flutuar. Como se pode esperar pelo nome do jogo, o lixo é o foco principal do jogo, pois os seus usos são inúmeros. Não só é usado para reparar a jangada, mas também pode ser disparado pelos canhões e serve como combustível do motor da jangada. Apesar de ser bastante traiçoeiro para navegar, o oceano de lixo também é o que fornece aos jogadores o lixo necessário para navegar. A recuperação e trituração desse recurso é o que os jogadores precisam de ter em atenção durante o jogo, mas existem algumas emergências que requerem o nosso foco. Estas emergências assumem muitas formas ao longo do jogo e servem como o principal desafio, uma vez que tudo o resto é relativamente pacífico.

Embora ao princípio estas emergências sejam bastante simples, eventualmente elas transformam-se em explosivos que se inclinam terrivelmente em direção do pequeno barco. O convés também está sujeito a muitos perigos, incluindo daqueles que gostariam de tomar o navio para si. O próprio ambiente também consegue oferecer um desafio, com ondas que tentam afastar os membros da tripulação ou as aranhas noturnas. Todas as mecânicas do jogo somam-se para tornar o jogo realmente divertido e caótico, mas infelizmente, o jogo não foi pensado para ser jogado a solo, já que uma pessoa é incapaz de fazer todos os trabalhos para dirigir o barco. Para compensar, Trash Sailors fornece aos jogadores a solo um pequeno robô que faz uma das tarefas, mas não completamente, sendo preciso que o jogador termine a tarefa. Sinceramente a solução para que o jogo funcione a solo não é de todo ideal, muito menos satisfatória.

Infelizmente a não ser que consigam encontrar amigos para jogar co-op local não irão ter muita sorte nos lobbies online. Não existem muitos jogadores online neste momento. O que nos deixa com o jogo a solo e os problemas que referi acima. Trash Sailors é infelizmente um jogo que é ao mesmo tempo extremamente divertido e extremamente quebrado. O potencial está presente, mas Trash Sailors precisa de condições ideais para funcionar e devido a isso não o posso recomendar. Não posso deixar de salientar no entanto a excelente apresentação, num estilo muito próprio e que pessoalmente adorei.

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