Análise: About an Elf

Existem jogos que se mantêm fieis a um género, existem outros que tentam inovar dentro das características de um género e existe About an Elf, o jogo de estreia da Meringue Interactive e se por um lado o podemos descrever como sendo essencialmente uma visual novel, por outro é talvez a visual novel mais originalmente absurda que joguem até hoje.

Quem já leu análises a jogos estranhos aqui no ComboCaster sabe que eu gosto bastante de experimentar jogos estranhos e costumo ver com bons olhos a inovação, no entanto por muito que queira não posso dizer que About an Elf é inovação. As regras do género mantêm-se na sua maioria e aquilo que é único de About an Elf não funciona propriamente bem.

Mas afinal o que é About an Elf? Basicamente é uma visual novel sobre uma princesa vestida em látex que luta contra gnomos de jardim montada num gato. Não me perguntem, também não percebi mesmo depois de jogar.

Apesar de ter algumas mecânicas de outros géneros, a componente predominante é a da visual novel. As personagens falam muito, enquanto o jogador só tem que ler. A qualidade média da escrita é alta, mas o jogador fica-se a sentir totalmente desorientada pelos contínuos saltos temáticos e de tom. Há também momentos em que ficamos completamente perplexo com algumas piadas fracas. O jogo é definitivamente não convencional, mas raramente no bom sentido.

O aspeto mais marcante do jogo é sem duvida o seu aspeto visual. O estilo gráfico em si é algo difícil de descrever. Os modelos das personagens são renderizações em alta definição mas imotam objetos em plástico, fazendo-me recordar Rag Doll Kung Fu para a PS3, o Rag Doll Kung Fu: Fists of Plastic que poucos que se devem recordar. As representações plásticas, ainda que estáticas, possuem apenas alguns diferentes movimentos, o que geralmente as retrata em poses exageradas.

A história em si é intercalada com seções de point and lcik, nas quais, na parte inferior, é simplesmente necessário encontrar o objeto e lutas de RPG baseadas no uso de berlindes com símbolos dos elementos. Para entender qual usar em combate é preciso decifrar visões estranhas. Acertar no berlinde certo acaba o combate e errar obriga-nos a recomeçar. Com mecânicas tão simples, apesar da duração curta de pouco mais de cinco horas, o jogo não consegue evitar sentir-se repetitivo.

Pessoalmente apenas posso recomendar About an Elf pela originalidade. A implementação deixa muito a desejar e no geral deixou-me a sentir que o jogo se esforça em ser diferente de tudo o resto apenas para ser realmente diferente e nunca para criar algo melhor ou bom.

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