Análise: Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream

Sabemos que uma série é longa quando olhamos para um site como o ComboCaster, que já existe à 10 anos, e pensamos que já passaram por aqui uns 7 ou 8 jogos da série e mesmo assim não cobrimos nem um quarto dos lançamentos. Os temas da série têm-se mantido mais ou menos constantes, assim como a jogabilidade, mas a qualidade gerais dos jogos tem subido ao longo do tempo, têm-se tornado mais bonitos e a jogabilidade melhorado.

Quem já jogou um jogo qualquer da série sabe que normalmente são sobre uma adolescente a tornar-se alquimista e abrir o seu próprio atelier. Normalmente não existe um grande mal a tentar destruir ou dominar o mundo como na grande maioria dos JRPGs, mas sim algo de escala mais pequena e é essa escala que torna estes jogos um verdadeiro guilty pleasure para mim. Estes jogos são aventuras longas que precisam que o jogador leia talvez o dobro do texto que seria preciso para contar a mesma história, mas todos eles têm o seu charme, especialmente se gostarem do género.

Da minha experiência com a série, é raro ser preciso ter jogado o jogo anterior para tirar essencialmente o máximo de proveito de uma entrada na série, mas também sei que sequelas diretas são raras. Por vezes temos vários jogos no mesmo mundo e a partilharem muitas personagens, mas os acontecimentos não têm grande ligação. Pessoalmente acho que não precisam de ter jogado o primeiro Atelier Sophie para entender o que está a acontecer neste. Há uma recapitulação disponível no menu principal que nos fornece as informações necessárias sobre o que aconteceu no jogo anterior e além de Sophie e Plachta, nenhum dos membros anteriores do grupo aparece. As referências às vezes são descartadas e quando aparecem são sempre para dar dar alguma consistência ao mundo de Sophie do que para relembrar algo crucial do jogo anterior.

A amizade de Sophie com Plachta não é explorada fortemente em favor de novos personagens, incluindo o eu passado de Plachta, que Sophie trata essencialmente como uma nova pessoa. A história do Atelier Sophie 2 envolve a dupla de personagens a ser sugada para um portal estranho e a chegar a Erde Wiege, que é um mundo estranho onde os sonhos das pessoas se tornam realidade. O tempo move-se de maneira diferente aqui e as diferentes pessoas de diferentes épocas misturam-se, incluindo Plachta e o seu eu mais jovem. O mundo de sonho não é muito diferente do que encontramos em Ryza. O mundo não é muito diferente do mundo normal, nem muito surreal, é mais um mundo de sonhos por razões narrativas do que estéticas.

A jogabilidade principal permaneça inalterada. Como na maioria dos jogos da série, não irão encontrar aqui nada que se pareça a um salto gigante relativamente aos restantes jogos, mas sim uma pequena evolução. Essa evolução nem sempre é no melhor sentido, mas felizmente aqui é. Tal como nos jogos anteriores temos de recolher ingredientes para alquimia e combater a vida selvagem. O combate foi alterado para um sistema de batalha baseado por turnos JRPG mais tradicional, o que nesta altura até é bastante refrescante. Em termos de alquimia, o sistema de síntese é uma evolução do sistema de bolhas para uma grelha. Estas são as coisas onde podemos encontrar mais alterações. A composição do mundo é a mesma e muitos dos inimigos permanecem inalterados também. Até as personalidades das nossas personagens são muito semelhantes e isso é algo que tenho notado em muitos jogos da série. Apesar de termos tantas personagens, muitas delas parecem a mesma pessoa. As roupas são diferentes e o aspeto geral também, mas as suas personalidades são muito semelhantes.

A história de Atelier Sophie 2 desenrola-se de forma muito semelhante à dos jogos anteriores, sofrendo dos mesmos males, com as personagens a falarem sem parar sobre fatos que já estamos mais do familiarizados. A exposição é um mal com que temos que viver, seja em jogos ou em filmes ou séries, mas quando ouvimos falar sobre alguma coisa vezes e vezes sem conta tudo se torna um tudo ou nada saturante. Também é um jogo ligeiramente longo a mais e não ajuda que exista um tempo limite, algo que não é novidade na série e pessoalmente não consigo pensar numa forma em que isso traga benefício ao jogo além de praticamente nos obrigar a jogar mais do que uma vez.

Apesar de todos os seus defeitos, Atelier Sophie 2: The Alchemist of the Mysterious Dream é um jogo que gostei de jogar. É relaxante, colorido e no geral adorável. Se são fãs da série irão de certeza simplesmente adorar mais esta nova entrada.

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