Análise: Ashwalkers

Ashwalkers é um jogo focado em transmitir um sentimento de desolação. Nesta história pós-apocalíptica, os jogadores podem tentar de tudo para sobreviver, desde combater, fugir, negociar e até tentar ser mais inteligente que os outros. Ashwalkers conta a história do Terceiro Esquadrão, um grupo de quatro sobreviventes no que resta da civilização num mundo após um desastre geológico. A nossa missão é simples, encontrar um suposto refúgio grande e funcional o suficiente enquanto sobrevivemos no deserto do mundo.

Cada personagem do jogo tem a sua personalidade mas também limites e habilidades diferentes. Em Ashwalkers, os jogadores são constantemente solicitados a fazer escolhas, geralmente temos de escolher uma de quatro opções possíveis, cada uma sintonizada com a personalidade de uma personagem e essas escolhas têm consequências sérias. Algumas consequências nem sequer são muito óbvias e por vezes são surpreendentes. Podem por exemplo nem se dar conta que estão a fazer uma escolha quando não atacam um grupo de bandidos, apenas para serem convidados para o seu acampamento mais à frente no jogo precisamente porque não os atacaram antes.

É sempre interessante quando jogamos um jogo que nos dá a possibilidade de escolher o caminho pacífico em vez de partir sempre para o combate e Ashwalkers faz isso muito bem. No decorrer do jogo conseguir uma solução pacífica torna-se cada vez mais difícil. Os elementos do nosso grupo ficam cada vez com mais fome, cada vez mais cansados e cada vez mais irritados. Conseguir um final pacífico não é de todo fácil, mas essa esperança está dentro da temática do jogo, uma réstia de esperança num mundo desolado.

Ashwalkers não é de todo um jogo fácil e os habitantes do mundo do jogo vão fazer de tudo para nos levar para a violência e o jogador também tem muito com que se preocupar, tendo de garantir que os elementos do grupo têm comida, não estão a morrer de frio e descansam minimamente. Parte do atrativo de Ashwalkers é explorar os vários finais disponíveis e são realmente muitos. Embora grande parte do jogo seja simplesmente apontar e clicar, este está longe de ser um jogo casual, contando com muitos sistemas profundos. Grande parte do jogo parece um RPG tabletop, com as percentagens de sucesso a ter um papel central em muitas das etapas e sistemas do jogo.

Visualmente o jogo é original, mas talvez não seja apelativo para muitos jogadores. O jogo é a preto e branco e a banda sonora lenta ajuda a manter o tom pesado do jogo. As animações também não são muito elaboradas e retiram alguma da imersão do jogo. Este é um jogo sombrio, fazendo lembrar This War of Mine, um jogo que apesar de ser realmente bom, não é propriamente uma experiência alegre.

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