Análise: Blue Reflection

Blue Reflection é o mais recente jogo da Gust, o estúdio que anteriormente se tem dedicado à série, longa série, Atelier. Blue Reflection é uma nova série sem relação com outros jogos da Atelier, mas aqui e ali conseguimos encontrar muitos pontos de encontro. A protagonista por exemplo, é uma jovem com poderes mágicos também, mas não existe um sistema de alquimia aqui. Existe um mundo paralelo onde monstros se alimentam das emoções humanas. A premissa é interessante, mas rapidamente Blue Reflection se transforma num JRPG banal que caminha por caminhos mais do que percorridos antes.

As coisas começam promissoras e conhecer o novo mundo do jogo é envolvente, especialmente porque Blue Reflection é um jogo bonito, muito bonito até, graças à sua paleta de cores suaves e personagens bem desenhadas. Infelizmente o jogo rapidamente fica sem conteúdo para nos oferecer, pelo menos em termos de locais para explorar. O tempo do jogo é dividido entre a escola de Hinako e o mundo paralelo chamado The Common. Terminar um dia de aula leva-nos à casa de Hinako, onde preparamos o dia seguinte. Temos uma variedade de opções de como preparar o dia, mas não fazemos ideia do que estas ações provocam no dia seguinte.

A atmosfera de Blue Reflection é o verdadeiro ponto fraco do jogo. Os tons suaves do jogo e a banda sonora começam por ser pontos fortes do jogo, mas rapidamente vemos que tudo é demasiado superficial. Acima referi que a premissa era realmente interessante e pessoalmente gostaria de ter visto um The Common onde as várias emoções que caracterizam cada área do jogo criam zonas visualmente distintas, mas não é isso que o jogo oferece. Basicamente tudo parece igual e também tudo se joga de forma igual do início ao fim. A repetitividade do jogo rapidamente passa de calmante a chata, e Blue Reflection prova ser um jogo muito estereotipado. A mesma história superficial é distribuída para cada nova personagem também e o jogo não foi capaz de me surpreender uma única vez.

Se as missões importantes da história do jogo são repetitivas então as missões secundárias são um atentado ao bom design. Essas tarefas são quase sempre derrotar um número X de inimigos ou recolher um número de itens. Essa monotonia só aumenta a sensação cada vez mais obsoleta do jogo. A série Atelier tem evoluido aos poucos e no geral tem ganho qualidade sem se desvirtuar do que é, mas este Blue Reflection como uma nova IP devia oferecer algo mais. Existem alguns mini-jogos que pelo menos oferecem algo novo, mas além de serem distrações não há nada aqui que traga algo importante. Além disso o jogo é frustrantemente fácil, permitindo até que o jogador passe por batalhas sem lutar. Os inimigos são facilmente derrotados e, uma vez que a equipa aprende habilidades que atacam vários inimigos ao mesmo tempo, o jogo perde todo o interesse.

O sistema de batalha é tal como a premissa do jogo, uma oportunidade desperdiçada. É um sistema dinâmico e eficaz onde o objetivo começa por ser atrasar a vez dos inimigos. Temos uma barra onde podemos ver qual o inimigo ou personagem que vai atacar e tentamos que as nossas personagens saltem à frente e atrasem os turnos adversários. É estranho que vencer batalhas não renda pontos de experiência, mas é esse o sistema. Subir de nível em Blue Reflection ocorre completando missões secundárias e alcançando pontos de progresso na história principal. Os itens recolhidos ao derrotar inimigos podem ser usados ​​no The Common para criar novos itens ou aprimorar habilidades, o que nos remete para algumas ideias da série Atelier novamente.

Blue Reflection tem muitas ideias interessantes, mas nenhuma delas é propriamente bem implementada. Há tanto aqui para criar um bom jogo que é quase chocante que Blue Reflection seja tão banal.

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