Análise: Edge of Eternity

Edge of Eternity é um RPG de uma pequena equipa de desenvolvimento mas que consegue apresentar alguns pontos positivos. O bom de escrever críticas sem nota é que podemos ser um pouco mais leves na crítica com um jogo como Edge of Eternity, A nota que este jogo levaria seria demasiado redutora para um jogo que até faz bastantes coisas bem. A realidade é que se comparar-mos Edge of Eternity com outros jogos do género de grandes editoras, dificilmente este sairá por cima. Os valores de produção são muito mais pequenos e isso nota-se em vários aspetos do jogo. Um jogo pode contornar os problemas de orçamento de várias formas. Através da escala, através de uma boa direção de arte que não pede grandes investimentos em modelação 3D e texturas altamente detalhas, com sistemas mais simples mas originais. Edge of Eternity segue estas ideias e em muitos aspetos consegue ter sucesso.

A história do jogo é razoável. Existe uma guerra em Heryion entre a população nativa e uma raça alienígena. O protagonista, Daryon, é um jovem que desertou a sua raça depois do seu esquadrão ser aniquilado. Renunciando à guerra, ele volta para a sua família e terra natal. Infelizmente ele quer deixar a guerra mas a guerra não a quer deixar a ele. Mas não é a guerra que mais estragos está a fazer neste momento, mas sim uma doença que se está pelos civis. A irmã de Daryon é uma sacerdotisa que pensa conhecer uma forma de curar a doença e assim partem para tentar encontrar essa cura.

Como referi acima, a história é razoável, mas o início até é mais prometedor do que isso. Durante o decorrer do jogo ela vai perdendo gás e acaba por ficar longe de memorável ao longo do tempo. O saldo acaba por ser positivo, mas dada a promessa inicial, Edge of Eternity podia ser bem melhor. O principal problema da história é a quantidade de pontas soltas que o jogo deixa, deixando uma quantidade grande de perguntas por responder e algumas personagens parecem ter apenas inícios de história e nunca fins. Tentar encontrar uma cura faz o jogador correr pelo mundo do jogo. O mundo em si é grande e absolutamente lindo, cheio de flora e cristais estranhos.

Embora a direção de arte seja linda de se olhar, algumas áreas são um pouco grandes demais, especialmente quando recebemos missões que nos fazem caminhar de um lado para o outro pelos mesmos campos e corredores estreitos. As coisas melhoram um pouco quando temos acesso a um adorável gato gigante, mas o problema apenas é atenuado e nunca resolvido. Ao explorar o mundo do jogo vamos encontrar muitas criaturas inimigas. As batalhas funcionam por turnos e acontecem em grades hexadecimais que dão ao combate uma dimensão tática. É um pouco irónico que este jogo me passe pelas mãos logo a seguir a Triangle Strategy mas comparar estes dois jogos é uma afronta ao jogo da Square Enix.

Isto não quer dizer que o combate em Edge of Eternity seja mau, mas depois de jogar Triangle Strategy é difícil não ver a diferença de qualidade. Por vezes o combate é até bastante divertido, especialmente nas batalhas que modificam um pouco a fórmula com aspetos no ambiente a trocar-nos as voltas. Infelizmente estas batalhas são raras e o combate normal torna-se um pouco aborrecido com o tempo.

Edge of Eternity é um jogo ambicioso criado por uma equipa bastante pequena. Tem problemas e muitos parecem vir do excesso de ambição dos criadores do jogo. Os ambientes gigantes por exemplo são um problema que poderia ser resolvido facilmente e até teria tornado o desenvolvimento mais rápido. Algumas áreas parecem carecer apenas de algum polimento, mas é bastante compreensível tendo em conta as circunstâncias da equipa. Se não se importam com algumas arestas por limar e gostam do género, irão certamente encontrar aqui muitos elementos que vos vão agradar.

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