Infernax não esconde as suas fontes de inspiração. Se os visuais 8bit e direção artística fazem o jogador logo pensar em Castlevania, muitas das mecânicas do jogo irão levar os jogadores a pensarem num dos jogos da série em específico, Castlevania II: Simon’s Quest. Esse jogo pode estar longe de ser o mais popular da série e a opinião que os jogadores têm desse jogo da NES é no mínimo polarizada, com muitos a considerarem o jogo um verdadeiro clássico e onde o jogo começou a aproximar-se do género Metroidvania que ajudou a criar, enquanto que outros jogadores apontam vários aspetos do jogo como mal pensados e exemplos que mostram que esse é um dos piores da série. Seja qual for a vossa opinião, a verdade é que o segundo Castlevania foi verdadeiramente inovador e como Infernax prova, bastante influente na indústria.
Não é de todo fácil criar um jogo que ofereça uma experiência semelhante a um jogo clássico da geração das consolas 8bit e que ao mesmo tempo pareça fresco e ofereça algo inovador. Felizmente os criadores de Infernax conseguem ter sucesso nessa tarefa. Infernax oferece algo realmente familiar mas também refrescante, com uma jogabilidade forte que oferece uma experiência muito perto daquilo que a nossa nostalgia se lembra desse tempo, mas largamente superior.
O jogo começa com o jogador a assumir o papel de um cruzado que volta à sua terra natal. A sua garra de guerreira continua bem forte e quando algumas cidades da sua terra são invadidas por monstros aparentemente controlados por uma figura demoníaca, a nossa personagem parte para para a batalha. Tal como o nome do jogo indica, há um imaginário de demologia cristão à mistura. Existem pentagramas e outras imagens satânicas espalhadas para lembrar o jogador de que essas terras outrora sagradas estão agora infestadas de demónios e outros seres monstruosos. A nossa personagem, de nome Alcedor tem o poder de salvar estas terras e para isso tem a oração e uma maça sangrenta. O mundo do jogo é interessante mas é a jogabilidade que mantém o jogo interessante durante toda a sua duração. Não é de todo uma questão de profundidade ou complexidade, mas há algo de bastante gratificante na jogabilidade de Infernax.
Tal como em Castlevania II: Simon’s Quest, encontramos várias cidade no jogo e nelas temos lojas e personagens a precisar de ajuda. É completando quests que iremos ganhar dinheiro, mas não só, simplesmente eliminando os inimigos também nos irá dar experiência e dinheiro. Para guardar o jogo temos de usar altares que encontramos espalhados pelo mundo do jogo e é também nesses altares que podemos trocar os pontos de experiência por melhorias no ataque, vida e mana. Infernax apresenta alguns elementos leves do género Metroidvania, sem nunca entrando no backtracking em demasia que por vezes marca os jogos do género e mesmo quando tal é mesmo necessário podemos usar um feitiço para saltarmos de um altar para outro.
Começamos o jogo com uma arma simples, mas rapidamente iremos aprender os primeiros feitiços que são uma ajuda importante e parte integral do jogo. Muitos dos feitiços são verdadeiramente indispensáveis e com o tempo o arsenal à nossa disposição cresce substancialmente. Como referi acima, a jogabilidade de Infernax não tem muita profundidade e posso acrescentar que não evolui muito com o tempo, tenham outras armas e feitiços ou não. Alguns dos feitiços também não têm grande utilidade no combate, sendo utilizados na exploração. Infelizmente também isto não é muito óbvio e nem sempre é fácil de perceber que temos de usar um feitiço específico para avançar em algumas áreas.
Pessoalmente gostei bastante do tempo que passei com Infernax. Adorei a jogabilidade e os visuais retro que me fizeram lembrar jogar pela primeira vez Castlevania. Não é um jogo perfeito ou sequer ambicioso o suficiente para ser um verdadeiro marco, mas se gostam dos jogos que inspiraram o jogo irão adorar Infernax.